Cultura

Richard Zimler em tertúlia no centenário da BMC

Ana Cardoso

“É preciso disciplina” para ser um bom autor, afirma Richard Zimler. Chefe da Divisão de Bibliotecas e Arquivo Municipal indica que estruturas da instituição necessitam de reformas. Por Lucas Silva

No dia 15 de Novembro, a Biblioteca Municipal de Coimbra (BMC) promoveu um encontro com Richard Zimler, escritor, no âmbito da iniciativa “Quartas do Centenário”, em comemoração dos cem anos da instituição. O evento contou ainda com a presença de Bruno Paixão, moderador da conversa. Na tertúlia, o autor abordou temas relacionados com a sua vida, tanto a nível pessoal como profissional.

Richard Zimler começou por agradecer à BMC e comparou a sua casa de infância a uma biblioteca, devido à grande quantidade de livros. O autor conta que transmite características próprias e referências da sua vida para as narrativas que escreve, como no romance “Ilha Teresa”. Neste livro, a protagonista vive em Lisboa, mas muda-se para Nova Iorque, no entanto, a adaptação à nova realidade demorou devido à dificuldade em exprimir-se na língua inglesa. Já o romancista, que fez o percurso contrário da metrópole estadunidense para a capital portuguesa, confessa: “A vida de Teresa é o inverso da minha própria vida”.

Apesar disso, as dificuldades linguísticas enfrentadas por Richard Zimler, nos primeiros quatro anos, foram as mesmas sentidas pela personagem. Quando questionado sobre os desafios que os escritores encaram na literatura, enfatiza que, para ser um bom autor, “é preciso disciplina”. Refere ainda a quantidade de horas passadas em frente ao ecrã como uma das possíveis adversidades da profissão.

As pessoas presentes tiveram a oportunidade de interagir com Richard Zimler no fim da sessão. A chefe da Divisão de Bibliotecas e Arquivo Municipal, Dina Sousa, entende que “o público gosta de conversar com os seus autores de referência”, o que, para a BMC, é um “fator incentivador para continuar”. Sobre o futuro da biblioteca, a dirigente alerta para a necessidade de “reformas estruturais” e para a “falta de espaço nos depósitos” para prosseguir com as suas atividades. Já a nível de programação, assegura que procura “fazer o caminho da forma mais impactante e digna possível”, com dedicação ao público na sua “diversidade”.

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