Candidato eleito defende política, desporto e cultura como pontos-chave. Falta de financiamento na comunidade académica é obstáculo persistente. Por Joana Almeida e Catarina Duarte
Dia 16 de novembro realizaram-se as eleições para a Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC) e para a Mesa da Assembleia Magna da AAC para o mandato 2023/2024. A Lista P, encabeçada por Renato Daniel, saiu vitoriosa com 3230 votos, contra os 434 obtidos pela Lista A, o que se traduz em 88,16%. Com uma abstenção de 84,3%, uma descida de 2,3% em relação ao ano anterior, o candidato eleito considera que esta redução reflete o investimento na campanha de ambas as listas e a influência delas na deslocação dos estudantes às urnas.
Renato Daniel, licenciado em Bioquímica e estudante do curso de Especialização em Gestão e Economia da Saúde, reforça que “propostas mobilizadoras e concretas, podem ter sido a causa do aumento da afluência”. Desporto, política e cultura revelam-se os “três pilares” do seu mandato e reconhece que as propostas que a lista apresenta neste âmbito são prioritárias. “Maior apoio logístico e financeiro às secções desportivas, com destaque para a participação de atletas da AAC nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, é essencial”, afirma. Acrescenta, ainda, que pretende contactar o Sport Lisboa e Benfica no âmbito de uma possível recriação da final da Taça de Portugal de 1969.
A nível político, explica que “o programa da lista sofreu algumas alterações dado o novo contexto governamental”. Face à atual crise política do país e às dificuldades sentidas pelos estudantes do Ensino Superior, o recém-eleito pretende “executar um caderno de propostas para apresentar a todos os partidos candidatos às eleições legislativas de Março”. Em relação à comemoração dos 50 anos do 25 de Abril, espera fornecer apoio logístico e financeiro às secções culturais da AAC que organizem atividades relacionados com a celebração do dia. Ainda sobre a cultura, Renato Daniel mostra interesse na melhoria da Feira Cultural de Coimbra com ênfase no seu replaneamento.
Segundo o estudante, ter pertencido à direção cessante foi uma mais-valia para o seu novo cargo visto que lhe permitiu conhecer a AAC de forma interna. “Colocar o que aprendi nestes dois anos de vice-presidência ao dispor dos meus colegas é o objetivo”, afirma. Argumenta que um mandato favorável “só se consegue ao ter alguma experiência de causa e da Casa”. Realça que as “ideias frescas” e a “vertente da experiência” da sua equipa são pontos fulcrais para a execução das funções pretendidas.
Quando questionado sobre o que considera serem os maiores obstáculos para o seu mandato, o presidente eleito da DG/AAC confessa que não são novos. Desta forma, enumera o financiamento e a aposta na reforma das infraestruturas do edifício ao dispor da comunidade académica como entraves principais. Salienta também que a importância da coordenação com a Universidade de Coimbra é essencial para combater estas dificuldades.
