Ciência & Tecnologia

Doutorando da UC projeta simulador informático no ramo de iluminação pública

Débora Borges

Plataforma SGCIP permite simulação de classificação energética de vias públicas. Promove eficiência energética e conscientização ambiental. Por Débora Borges e Jéssica Soares

O Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) apresenta uma plataforma informática que visa quebrar duas principais barreiras, nomeadamente, a redução de gastos de energia. O Sistema de Gestão dos Consumos de Iluminação Pública (SGCIP) é uma plataforma informática que disponibiliza aos 308 municípios do país a possibilidade de avaliar e simular a classificação energética das suas vias públicas. 

O criador da plataforma informática do SGCIP, Fernando Martins, é um estudante de Doutoramento em Engenharia Eletrónica na FCTUC e esteve envolvido no Plano Nacional da Energia e Clima (PNEC) a nível profissional. Com a plataforma, o público-alvo que pretendem atingir são, por ordem de importância: os municípios, os projetistas, isto é, o “engenheiro eletrónico que faz o dimensionamento deste tipo de infraestruturas” e ainda o cidadão como consumidor final. 

Fernando Martins realiza este projeto no âmbito do seu doutoramento com o financiamento pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE). Ao realizar este estudo, o doutorando pretende uma recolha de informação no que diz respeito à alteração dos comportamentos no setor energético, para assim ser possível estudar a sua redução. “O cadastro de iluminação pública é fundamental nos municípios para saber quanto é que realmente consomem”, afirma.

Quando questionado sobre o impacto do sistema na sensibilização e consciencialização dos cidadãos, o investigador compara a função das etiquetas energéticas das luminárias ao “eco design utilizado em todos os eletrodomésticos”. Esta sensibilização vai ao encontro a uma maior sustentabilidade do país a um nível energético.

Dia 10 de novembro, após a sua apresentação numa conferência nacional no Planetário da Marinha Portuguesa, em Lisboa, a plataforma informática poderá ser utilizada na íntegra por todos os municípios que assim o pretendam. Apesar de ainda não estar disponível de forma funcional, já é possível aceder online a esta plataforma. No entanto, Fernando Martins assegura que a sua metodologia já foi “testada em vários cenários reais”.

Esta conferência é apenas o início para o investigador, sendo que conta participar numa outra a nível nacional no final deste ano, no norte do país. O evento vai ter como foco a exemplificação dos progressos do projeto, fornecendo alguns dados para a atualização do desenvolvimento do mesmo. 

O doutorando realça a importância do “apoio que a própria instituição dá” quando falamos da elaboração e execução do projeto. Fernando Martins sublinha que o facto de “não ter sido criada através de uma entidade do setor energético, mas através de uma universidade, é um mérito académico bastante significativo.”

To Top