Evento promove cruzamento entre teatro e ciência. Segunda edição conta com arte performativa para “esbater barreiras tradicionais” entre as disciplinas. Por Sofia Cardoso e Maria Silvia Lima
Entre os dias 9 e 11 de novembro, Coimbra recebe a segunda edição do colóquio internacional “Teatro sobre Ciência”. Esta segunda edição, fruto da colaboração de várias estruturas da Universidade de Coimbra e da companhia de teatro conimbricense “Marionet”, conta com cerca de 130 participantes de várias nacionalidades.
O colóquio conta com um programa completo de apresentações, com destaque para três espetáculos de teatro. Um deles deu-se no Teatro Académico de Gil Vicente, pelas 21h30 do dia de hoje, 9 de novembro, e os próximos vão realizar-se no dia 10, no Convento São Francisco e no dia 11, no Teatro Paulo Quintela.
Mário Montenegro, diretor criativo da companhia, afirma que o principal objetivo da iniciativa é tornar visível o “cruzamento entre o teatro e a ciência” e reunir diferentes perspetivas, promovendo uma comunicação aberta e de partilha de experiências. O investigador acredita que o teatro é uma importante ferramenta de comunicação científica, pelo que, para tal, “tanto numa, como noutra, a criatividade é essencial”.
Em relação ao público-alvo, o diretor artístico sublinha que este é composto pelas “pessoas interessadas nestas áreas e a restante comunidade”, sendo que, a seu ver, o teatro é um “importante veículo de comunicação”. Nesse sentido, Mário Montenegro defende que iniciativas como estas são fulcrais para “esbater barreiras tradicionais entre as disciplinas” e distinguir, através da arte performativa, as apresentações tradicionais de colóquios e congressos.
O evento possui diversos projetos desenvolvidos de maneira colaborativa, como é o caso da parceria com o Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC), que originou um projeto sobre a apneia obstrutiva do sono. Este resultou no espetáculo “Morfeu e Apneia”, apresentado no Convento São Francisco, em 2022. Para futuras colaborações, Mário Montenegro revela a continuidade da parceria com o CNC com uma produção que “vai estrear em março de 2024”, relacionada com a doença bipolar.
Quando questionado sobre o impacto do colóquio na comunidade, o diretor criativo afirmou manter altas expectativas. O objetivo é existir adesão suficiente para uma futura terceira edição, “com mais sucesso e ainda com maior participação”, conclui.
