Projeto financiado em totalidade por PRR. Reabilitação do mais antigo liceu de Coimbra classificada muito urgente. Por Xavier Marques e Afonso de Vasconcelos
Esta terça-feira, pelas 12h30, decorreu no Salão Nobre da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), a cerimónia de assinatura do Contrato Interadministrativo de Cooperação (CIC), relativo ao projeto de recuperação da Escola Secundária José Falcão. O presidente da autarquia, José Manuel Silva, e o reitor da Universidade de Coimbra (UC), Amílcar Falcão, estiveram presentes para a assinatura do documento. O momento assistido pela delegada da região Centro da DEGEstE, Cristina Oliveira, contou também com o discurso da diretora da escola, Isabel Amoroso Lopes.
Este programa é 100% apoiado por verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), e está previsto ter uma duração total efetiva de 42 meses, conforme é mencionado em nota de imprensa. Além disso, também vão ser realizadas atividades de avaliação pós-ocupação, pelo Departamento de Arquitetura da UC (DARQ), para monitorizar o impacto das obras. Já o acompanhamento da universidade, previsto no contrato, consiste em três fases: estudo prévio, anteprojeto e projeto de licenciamento. A sua execução é liderada por uma equipa da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC, com coordenação de João Mendes Ribeiro e Gonçalo Canto Moniz. Segundo, Isabel Lopes, a ligação entre a José Falcão e a UC não é de agora, o que facilita a colaboração. “A nossa relação é umbilical”, garante, pois no século XIX, quando criado, o liceu era uma secção da Instituição de Ensino Superior.
Apesar do projeto ter sido aprovado a 24 de julho de 2023, o requerimento para a reabilitação data de dezembro de 2017. O mais antigo liceu conimbricense é uma das 32 escolas com a classificação máxima de Muito Urgente da lista das prioritárias para recuperação, de acordo com dados do Governo e da Associação Nacional de Municípios Portugueses. Agora que o contrato entre a Reitoria e a CMC se encontra assinado, a diretora da escola elucida que resta passar para a fase da projeção, na qual a equipa da UC encarregue do plano vai “dar voz” a toda a comunidade escolar. Assim, todos podem ver “aquilo que idealizam concretizado”, conforme releva. No entanto, admite que ainda é desconhecida a dinâmica da escola no decorrer das obras.
Para José Manuel Silva, este tipo de parcerias entre a autarquia e as instituições escolares, é a única forma de juntar “competências de uma forma sinérgica e de promover o desenvolvimento sustentado de Coimbra”. Nesse sentido, reforça que seria um “desperdício” a cidade não aproveitar os conhecimentos da sua universidade. Já Amílcar Falcão sublinha que “a instituição orgulha-se de fazer parte do projeto e de contribuir para que aconteça”. Uma juventude mais qualificada em prol de uma democracia mais efetiva, é a grande motivação do reitor, que assegura que este sistema político “só se consegue consolidar com educação”.
