Parceria entre Santander e UC causa descontentamento por parte de ativistas. Movimento ecológico põe em causa sustentabilidade da instituição. Por Camila Luís e Alexandre Rodrigues.
O grupo de estudantes do núcleo Fim ao Fóssil: Ocupa! de Coimbra reuniu-se dia 13 de novembro no Paço das Escolas, para manifestar o seu desagrado perante a parceria da Universidade de Coimbra (UC) e o banco Santander. Os ativistas, com recurso a faixas e fumos pirotécnicos, juntaram-se à frente da torre da universidade, “o sítio mais emblemático estudantil de Coimbra”, refere a porta-voz do movimento Maria Lourenço.
O lema apresentado “Não há paz até o último inverno de gás” tem como objetivo denunciar a incoerência do vínculo da UC, enquanto instituição de ensino superior mais sustentável do país, com uma empresa financiadora de combustíveis fósseis. A representante explica ainda “o gás fóssil é tudo menos natural porque é feito de metano, a terminologia é apenas usada para parecer sustentável”.
A porta-voz do coletivo revela que, até ao momento, decorreram dois movimentos de protesto, nos dias 13 e 16 de novembro. Esclarece ainda que a ação deste grupo engloba uma onda de iniciativas internacionais, coordenadas em Lisboa e em Coimbra. Para dia 24 de novembro está a ser preparada a ocupação do edifício do Ministério do Ambiente e da Ação Climática.
Segundo a nota de imprensa da Greve Climática Estudantil Lisboa o Santander já financiou em mais de 15 mil milhões de dólares a indústria de combustíveis fósseis, assim como duplicou em dois anos o seu investimento. Maria Lourenço considera que é incongruente entender a UC como uma instituição sustentável ao renovar “uma parceria altamente criminosa”. A ativista sublinha ainda que, enquanto o banco continuar a apoiar estes poluentes, a academia de Coimbra não deve estar associada à mesma
Já no dia 16 de novembro, os ativistas juntaram-se para lançar tinta vermelha ao ‘banner’ que está exposta na lateral do edifício do Departamento de Matemática da UC. A representante do núcleo assegura que os materiais usados, como a pirotecnia e a tinta, seguem diretrizes e condutas amigas do ambiente e que não danificam os locais onde ocorreram estas ações.
Maria Lourenço incentiva ainda à participação de um maior número de pessoas na manifestação de dia 24 de novembro de modo a consciencializar o cessar das grandes empresas no financiamento dos combustíveis fósseis. As informações relativas a este movimento estão disponíveis no Instagram e email do movimento.
