Ensino Superior

136 anos a representar a Academia

Eduardo Neves

Casa celebra mais um ano de causas e lutas estudantis. Para João Caseiro, é importante não deixar morrer o espírito democrático e reivindicativo. Por Joana Almeida e Bárbara Monteiro

Celebraram-se hoje, dia 3 de novembro, os 136 anos da Associação Académica de Coimbra (AAC). A data não passou despercebida, tendo como principal foco de celebração a sua essência e aquilo que representa para a comunidade estudantil e para a cidade. As comemorações culminaram com a realização de uma gala comemorativa com as várias estruturas da Casa.

Fundada em 1887, a mais antiga associação académica do país tem-se dedicado, acima de tudo, às lutas estudantis e à preservação dos valores que defende desde então. Segundo o presidente da Direção-Geral da AAC (DG/AAC), João Caseiro, esses ideais assentam na “utopia, sonho, luta e solidariedade”. Estes continuam a ser a base da Casa e algumas das razões pelas quais pretende ser reconhecida, afirma.

Quase em final de mandato, João Caseiro faz um balanço positivo e relembra algumas conquistas. Uma delas foi o reforço da Ação Social na Universidade de Coimbra (UC), pelo que ressalva que a AAC tem sido uma das principais instituições a alertar para a importância desta problemática. Sobre a atual crise na habitação, após terem sido apresentadas propostas à reitoria, foi atribuído o valor de meio milhão de euros para serem aplicados em residências universitárias, tendo já sido aprovados os planos para requalificação de cinco residências e construção de mais duas.

Em relação à cultura e ao desporto, João Caseiro realça que as várias secções não foram esquecidas e que também se mantêm ativas. Algum trabalho foi feito, em particular, no incentivo à prática do desporto universitário. Tal justifica-se pelo aumento de participações em provas nacionais e internacionais, bem como prémios ganhos nessas provas. A nível cultural, destaca a concretização do programa Valorizar a Cultura, que assegurou um apoio direto por parte da UC.

A AAC assume um papel de “liderança” em termos políticos e educativos, segundo o dirigente. O facto de se debruçarem sobre assuntos como a ação social, a propina e a saúde mental contruibui para propagar as ideias e interesses desta instituição e defender “os interesses e direitos dos estudantes”, afirma. Segundo João Caseiro, a comunidade estudantil está a par do trabalho realizado pela Casa, assim como os princípios em que assenta. Confessa, porém, que sente um “afastamento” por parte dos estudantes à instituição, e mostra-se empenhado na resolução deste problema.

Quando questionado sobre projetos futuros da AAC, o presidente defende que o seu sucesso só vai ser possível se existir uma maior “união” e “solidariedade interna” entre os diferentes órgãos e secções. Reforçar a presença, em termos desportivos, nas provas internacionais e nacionais, desfrutando assim da grande diversidade de qualidade existente, é algo importante. A aproximação à cidade é, segundo João Caseiro, “um grande desafio” futuro para a AAC. O sucesso consequente de uma maior união entre a cidade e a associação no desporto e na cultura, para além de um benefício mútuo, traria um “sentimento de pertença maior”, afirma. O dirigente acredita que se tal acontecer, estão criadas “as bases para um futuro mais digital, mais sustentável e mais eficiente”.

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