Ensino Superior

João Figueira faz “dialogar o jornalismo com outras áreas”

Cedida por FLUC

Docente da FLUC apresenta quinta publicação escrita. Sessão integrou-se nas celebrações dos trinta anos de Jornalismo na UC. Por Eduardo Neves

“Da incerteza como princípio: Jornalismo, Democracia, Decadência da verdade” é o novo livro de João Figueira. O investigador e professor de Jornalismo e Comunicação da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC) apresentou a sua obra ontem no Liquidâmbar. O painel contou com, para além do autor, a subdiretora da faculdade, Ana Teresa Peixinho, e dois jornalistas, Miguel Carvalho e Pedro Crisóstomo. A sessão integrou-se nas celebrações dos trinta anos da licenciatura em Jornalismo que se estendem até maio de 2024.

A sessão foi moderada por Inês Amaral, professora na FLUC, que aplaude a atualidade da edição, considerando-o “oportuno”. Intercalado com citações do livro, por parte de Hélder Fernando, e intervenções dos convidados, a mediadora deu a palavra a Ana Teresa Peixinho. A docente enaltece o autor como um especialista no campo e enuncia três qualidades-chave deste livro: originalidade, inscrição da epistemologia do jornalismo e descrição de um quadro contemporâneo da área. Afirma ser um evento “perfeito para celebrar os trinta anos”.

Miguel Carvalho explica a urgência desta edição, em especial para os que estão em contacto com a área do jornalismo. Tal como o livro, paraleliza com a democracia, visto que as redações contribuem para este domínio. Pedro Crisóstomo diz que esta obra vem “inquietar” e tem o objetivo de “colocar em causa certezas que temos como absolutas”. Afirma que o texto faz olhar também para o futuro, passando também pela introdução da tecnologia no meio jornalístico.

O autor desenvolve que este livro é uma “materialização de dois anos de questões que lhe foram levantadas nas aulas” que lecionou. Após algum tempo, afirma que o livro “teria que sair”, nesta edição que faz “dialogar o jornalismo com outras áreas”. Incentiva para o espírito crítico direcionado aos livros, tal como este, para que “não sejam aceites de forma passiva”.

Para finalizar, João Figueira aproveita para enquadrar a plateia no panorama do jornalismo atual, algo que refere na sua obra. Para além de considerar que devia haver mais investimento na área, alerta para a possível falta de liberdade dos repórteres dentro das redações. Reforça ainda a “responsabilidade na profissão”, visto que, segundo o autor, “fragilidade no jornalismo traduz-se na fragilidade da democracia”.

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