Prestígio da instituição e tradições académicas atraem os colocados. Habitação e saúde mental são tópicos destacados pelo presidente da DG/AAC. Por Daniela Fazendeiro
Entre os dias 28 e 30 de agosto, os novos estudantes da Universidade de Coimbra (UC) foram acolhidos na Receção ao Caloiro, organizada em parceria com a Associação Académica de Coimbra (AAC). Na primeira fase do concurso nacional de acesso, a UC recebeu 3296 colocados.
Maria Caldeira, estudante do primeiro ano de Ciências Bioanalíticas, escolheu a cidade coimbrã devido ao bom nome da universidade, pela noite académica e pelo “ambiente que aqui se cria”. Considera que as rendas dos quartos que encontrou eram acessíveis, pois “rondavam os 250 e os 300 euros”.
Para Mariana Alcovia, caloira de Turismo, Território e Patrimónios, a proximidade à terra natal e o prestígio da universidade foram fatores essenciais na escolha final. Tal como Maria Caldeira, concorreu à bolsa de estudo fornecida pela Direção-Geral do Ensino Superior. No caso de não lhe ser concebido o apoio, coloca a hipótese de ser trabalhadora-estudante.
Oliver Cerveira e Leonor Cruz ingressaram no primeiro ano de Ciências Farmacêuticas. “Escolhi pela nomenclatura que tem, pelos estudos, por ser uma das melhores universidades e também pela Praxe”, admite Leonor Cruz. Os dois estudantes esperam acabar a licenciatura com uma boa média. Ao contrário de Maria Caldeira, Leonor Cruz afirma que os quartos estão mais caros do que esperava. A UC foi a primeira opção dos quatro entrevistados, que assumem pedir ajuda aos pais para suportar os custos aliados à frequência do ensino superior.
O presidente da Direção-Geral da AAC (DG/AAC), João Caseiro, acredita que o número de colocados e as médias dos cursos são fatores positivos para a universidade. Declara que os três dias de matrículas presenciais decorreram com “muita afluência” . Considera este modelo positivo, porque o primeiro contato com as estruturas da UC e da AAC permite dar conforto aos estudantes e às famílias.
Segundo o dirigente, a passagem de cinco para três dias deve-se ao processo de agendamento, que permite uma maior celeridade, e ao aumento do número de matrículas online. Apesar do receio de falta de voluntários, devido à realização em agosto, as vagas foram todas preenchidas. João Caseiro vê a antecipação da primeira fase de colocações como positiva, pois permite que os colocados nas fases seguintes não percam tanta componente letiva como era habitual.
Quanto ao ano letivo, o presidente da DG/AAC julga que o início vai ser marcado pela habitação. Na sua opinião, se este mercado não for regulado pode trazer situações desagradáveis ao nível do rendimento escolar. Salienta a continuação do trabalho relativo ao Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior e a preocupação com a saúde mental.
No âmbito da resolução destes problemas, João Caseiro menciona o certificado de habitabilidade, o programa Abraço de Gerações e informar os estudantes sobre residências, repúblicas e apoio complementares oferecidos pela UC. Declara que pretendem lançar o fundo de ação social António Luís Gomes durante este ano letivo. Refere ainda que não possuem a capacidade de fornecer um serviço de psicologia próprio, mas podem estudar a realidade e tentar melhorá-la.
O dirigente reconhece que os Serviços de Ação Social da UC são próximos da AAC e da comunidade estudantil, mas não têm a robustez e a dimensão necessária para fazer face à procura. De modo a solucionar este problema, pensa que o governo deve reforçar o orçamento fornecido às instituições de ensino superior para que estas consigam distribuir verbas e reforçar o apoio prestado aos estudantes.
João Caseiro defende que a entrada de associados é muito positiva, pois permite “uma renovação de corpos” na casa. Por fim, relembra que “o que diferencia Coimbra das outras instituições é a Académica, o que esta casa oferece não se encontra em mais lado nenhum”.
