Cultura

Festival incentiva a politic’arte 

Cedido por CMC

Convento São Francisco acolhe arte interventiva no campo político. Bárbara Rosa considera que o evento “incita o pensamento e um aprofundar de perspetivas cívicas em torno da democracia”. Por Tiago Paiva 

Após o ‘warm-up’ realizado em fevereiro deste ano, o Festival Política foi apresentado hoje, dia 19, no Café-Concerto do Convento São Francisco (CSF) pela vereadora da Educação e Ação Social, Ana Cortez Vaz, e por Bárbara Rosa, co-diretora do evento. A primeira edição que promove a discussão de questões relacionadas com a cidadania, intervenção cívica e direitos humanos, vai ocupar o CSF e outros locais emblemáticos da cidade de Coimbra entre os dias 28 e 30 de setembro. 

Durante a conferência de abertura, foram destacados os objetivos principais do festival, uma passagem geral pelo programa e algumas declarações adicionais. Entre estas, Bárbara Rosa admite que o evento segue com um “forte compromisso com a acessibilidade e inclusão”, visto que todos os conteúdos audiovisuais são dignos de uma interpretação em linguagem gestual e com legendas em português. Além dos espaços para atuações serem acessíveis para pessoas com mobilidade reduzida, a entrada para qualquer atividade é gratuita. Segundo a co-diretora do Festival Política, o mesmo “incita o pensamento e um aprofundar de perspetivas cívicas em torno da democracia”. 

Entre sessões de cinema, teatro, oficinas e atividades de performance, as atuações de Fado Bicha, Garota Não e Fernando Alvim tomam destaque. No dia 28, no Palco do Grande Auditório do CSF, o dueto de fado mencionado revisita fados antigos e tradicionais ao evocar Hermínia Silva, Pedro Homem de Mello e António Ferro. No segundo dia, Bárbara Rosa revela que Garota Não vai executar um “espetáculo intimista” em que, segundo a organização, não se trata de um mero concerto da artista, mas sim um “manifesto dela”. Por fim, Fernando Alvim encerra a noite do dia 29 com um ‘stand-up’ de comédia que “faz todos os anos em Lisboa, porém com a introdução de uma componente política”, comenta a co-diretora do projeto. 

Como exposições permanentes, Isa Marques e Airton Cesar Monteiro apresentam as mostras “Institucionalizado” e “Revelação”, no foyer do CSF. Em adição às iniciativas de componente artística, vai-se realizar ainda “um momento clássico no Política, o Cara-a-cara”, expõe a organização. Nesta sessão, vão comparecer deputados dos partidos políticos da Assembleia da República, num formato de ‘speed-dating’. Este encontra-se sujeito a inscrição prévia por correio eletrónico, assim como o “Documentário enquanto ferramenta política e de intervenção”, o “Passeio Feminino em Coimbra”, a “Oficina de soluções de mobilidade, e a História-concerto “Made in Osvaldo”. 

Vão ser também instituídas duas bolsas, cada uma no valor de 500 euros, para jovens até aos 30 anos e residentes do distrito de Coimbra. No sentido de impulsionar artistas em ascensão, as modalidades de literatura, música, artes performativas e plásticas são registos em que os concorrentes se podem candidatar. Bárbara Rosa remata que o Festival Política estimula a “intervenção na dimensão cívica do ser, e não só a nível partidário”. 

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