Proposta coloca em causa acesso de estudantes à unidade alimentar e fragiliza situação laboral de funcionários. Diogo Curto explica que direção da faculdade faz estas escolhas porque há subfinanciamento da ação social. Por Clara Neto
Pelas 15h45 desta quinta-feira, dia 28, ouviu-se a voz unida de estudantes naquela que foi uma concentração contra a concessão do bar da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC). Ao fazer frente à fachada da instituição de ensino superior, mostrou-se o descontentamento perante a proposta que quer privatizar esta unidade alimentar e que atualmente está sobre a alçada dos Serviços de Ação Social da Universidade de Coimbra (SASUC).
“O bar é de todos e o privado é só de alguns” foi um dos motes exclamados por Diogo Curto, aluno de filosofia na FLUC, e pelos restantes presentes na concentração. O universitário explica que a concessão é uma “perda” que os estudantes vão sentir ao final do mês “quando virem que a coisa apertou porque, de repente, começaram a pagar mais por uma tosta mista ou por um café”.
Além disso, Diogo Curto realça: “temos de ser solidários com os funcionários que estão ali no bar, que ficam numa situação fragilizada”. Segundo o aluno, se os trabalhadores fizerem contrato com a empresa, podem vir a enfrentar “condições laborais mais precárias”. Isto caso não se consiga “inverter esse processo”, acrescenta. Há ainda a possibilidade de despedimentos ou, o que o estudante acredita ser mais provável, transferências para outros serviços.
Até terça-feira, vai estar a circular um abaixo-assinado contra a concessão do bar da FLUC, dia em que Diogo Curto, acompanhado de outros estudantes, vai reunir com o diretor da instituição, Albano Figueiredo. “A direção da faculdade faz estas escolhas porque há um subfinanciamento da ação social e tem de gerir os escassos recursos disponíveis”, expõe o aluno.
Diogo Curto acredita que a concentração teve uma boa adesão e que grande parte dos estudantes da faculdade percebe a injustiça da concessão do bar. Contudo, defende: “nunca somos os suficientes para fazer frente a estes processos e sabemos que a luta não acaba aqui”, até que os SASUC consigam garantir “estes serviços”.
