Desporto

Académica triunfa no dérbi da cidade de Coimbra

Daniel Oliveira

União 1919 ficou com menos um jogador no final do tempo regulamentar. Técnicos das duas equipas admitiram diferenças no ritmo competitivo. Por Daniel Oliveira

39 anos depois, a Académica e o União de Coimbra voltaram a encontrar-se graças à disputa da primeira eliminatória da Taça de Portugal. O dérbi histórico entre “Estudantes” e “Futricas” só ficou decidido no prolongamento com a vitória da Académica por 3-0. O golo de Francisco Ferreira e o “bis” de João Victor permitiram ao conjunto de negro prosseguir na prova rainha do futebol português.

Eram 17h30 quando foi dado o apito inicial no Estádio Cidade de Coimbra, cheio de adeptos da Briosa e do União a vibrar. Os primeiros minutos do jogo foram partidos, sem domínio claro de nenhuma das equipas. Com uma dúzia de minutos passados, a Académica começou a ter mais posse de bola e a jogar no meio-campo adversário, mas pecou pela falta de finalizações no último terço.

Estas dificuldades para os “Estudantes” deveram-se à boa organização defensiva do União, que apresentou um bloco compacto e defendeu com uma linha de cinco atrás. A Briosa priorizou a circulação de bola pelas laterais e procurou espaço entre linhas, e conseguiu algumas oportunidades.

Para o lado da Académica, destacaram-se os remates de João Silva ao minuto 31, para a grande defesa de Mauro Leal, e os remates de Vasco Gomes aos minutos 33 e 37. O União 1919 também teve algumas oportunidades, com um livre e um remate aos minutos 23 e 26 e um pequeno susto para Bernardo Santos ao minuto 29.

Já na segunda parte, a Briosa entrou a querer assumir o jogo e criou logo algum perigo junto do rival. As oportunidades para os Estudantes foram muitas, mas os “Futricas” conseguiram evitar o golo. O União foi a primeira equipa a fazer substituições, com a entrada de Elivelton Borges para o lugar de João Marques ao minuto 61.

Ao minuto 65, foi a vez de a Académica mexer, com as entradas de Fausto e Francisco Ferreira para os lugares de Vitinha e Lucas Henrique. Logo um minuto após entrar, Fausto colocou a bola no fundo das redes adversárias, mas o golo foi anulado por fora de jogo. Seguiram-se mais duas substituições para os “Estudantes” ao minuto 71: o médio D’avilla, que levou cartão amarelo ao minuto 63, cedeu o lugar a Aílson Tavares, e João Victor assumiu a posição de Juan Perea como ponta de lança.

Já no sexto minuto de compensação, foi mostrado cartão vermelho a João Amaral, do União 1919, que já tinha visto um cartão amarelo ao minuto 41. Assim, com o jogo empatado no fim do tempo regulamentar, os “Futricas” iriam para prolongamento com menos um jogador e as cinco alterações esgotadas.

A Briosa fez uma alteração no 11 antes do início do prolongamento, com a entrada de Hugo Sêco e a saída de João Silva. Os Estudantes aproveitaram o desgaste físico e a desvantagem numérica do rival para marcar logo ao minuto 2, com o cabeceamento de Francisco Ferreira a ir para o fundo das redes adversárias.

Foi também de cabeça que João Victor fez o segundo tento da partida, no minuto da primeira metade do prolongamento. João Victor voltou a marcar ao minuto 23, ao aproveitar-se de um mau alívio de Mauro Leal, e assim ficou consolidado o triunfo da Briosa.

Em conferência de imprensa, o treinador do União 1919, João Pedro Duarte, destacou a “moldura humana espetacular” que esteve presente no estádio. Confessou também que “o facto de [a Académica] ter mais três jogos notou-se ao longo do jogo” e que sabia que o seu conjunto ia ter menos oportunidades de golo.

João Pedro Duarte ainda explicou que a sua estratégia passou por tentar tirar proveito das bolas paradas, dos corredores laterais e da pressão alta da Académica. No entanto, admitiu que o União, quando tivesse oportunidades, tinha de “ser letal”, o que “não aconteceu”.

Também em conferência de imprensa, o treinador da Académica, Tiago Moutinho, comentou que foi um jogo de entrada forte e domínio da sua equipa. Acrescentou que o objetivo era “resolver o jogo cedo” pelo que desde início impuseram “uma intensidade e ritmo alto”.

O técnico dos “Estudantes” referiu que tiveram muitas ocasiões de golo, mas que há mérito do União, por ser “uma equipa muito bem organizada e treinada” e com “muita vontade” de impedir o jogo ofensivo da Briosa. Apesar disso, Tiago Moutinho sabia que o golo do seu conjunto aconteceria “mais cedo ou mais tarde” e que “sentiu-se no prolongamento a diferença no ritmo competitivo e no número de jogos”.

Para a segunda eliminatória da Taça de Portugal, a Académica vai enfrentar o vencedor do jogo entre Oliveira do Hospital e Fornos de Algodres no dia 24 de setembro, às 15 horas. Quanto à Liga 3, a Briosa recebe o Caldas no Estádio Cidade de Coimbra no domingo, dia 17 de setembro, às 17 horas.

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