Ensino Superior

Serenata que chega, fitados que vão

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Grupo Canção de Coimbra Inquietação e grupo de Fado d’Anto marcam presença na cerimónia de despedida estudantil. Finalistas sentados na escadaria vão ser convidados devido aos “poucos lugares disponíveis e logísticas acrescidas”, explica Dux Veteranorum. Por Andreína Freitas e Tiago Paiva

A Serenata Monumental da Queima das Fitas (QF) deste ano vai realizar-se à meia noite do dia 18 de maio, no Paço das Escolas. No alinhamento apresentado pela Comissão Organizadora da Queima das Fitas (COQF) surge o grupo Canção de Coimbra Inquietação e o grupo de Fado d’Anto. Segundo o Dux Veteranorum, Matias Correia, a impossibilidade de realizar o evento na tradicional Sé Velha deve-se à “imposição da Câmara Municipal de Coimbra (CMC)”, devido às obras que estão a ser efetuadas no espaço.

De acordo com o presidente da Secção de Fado (SF/AAC), João Sousa, “o ideal era que a Serenata Monumental fosse organizada na Sé Velha, por toda a tradição que acarreta”. Porém, devido “a elementos externos”, o espaço foi alterado. Este ano, o lugar escolhido foi o Paço das Escolas, “para variar um pouco e não ser todas as serenatas na Sé Nova”, além de que não é a primeira vez que ocorre neste local, segundo Matias Correia. Para João Sousa, o espaço é “icónico, e em nada fica a dever à Sé Velha”.

A organização da Serenata contou com “exigências acrescidas” por parte da Protecção Civil, expõe o Dux Veteranorum, devido às condições de segurança. Por outro lado, uma novidade deste ano é que os fitados, que costumam estar sentados nas escadarias, não vão ser sorteados, mas sim convidados. Matias Correia explica que esta decisão deve-se “aos poucos lugares disponíveis” e aos pedidos da Proteção Civil de “não deixar o acesso livre”. As únicas condições para ser convidado é ser finalista “no sentido tradicional, ou seja, alguém que já foi no carro e tem as fitas assinadas”, acrescenta.

Fundado em 2022, o conjunto Inquietação é composto por Guilherme Miranda e Daniel Lopes, na Guitarra de Coimbra, Eduardo Neves, na Viola de acompanhamento, e Diogo Pinto, o cantor. Com a homenagem a Edmundo de Bettencourt, o grupo “representa a sua geração e a componente identitária da Canção de Coimbra”, como dá a conhecer a nota de imprensa emitida pela SF/AAC. Entre os sete temas que o coletivo vai interpretar, Daniel Lopes refere os originais de Marco Matos e Henrique Fraga, “Pequeno Nada” e “Ao Fundo do Túnel”, como homenagem aos ex-seccionistas. Revela ainda que “vai ser uma serenata única e repleta de novidades”.

Quanto ao grupo de Fado d’Anto, um dos “apanágios dos grupos da cerimónia é a possibilidade de apresentar a Balada de Despedida deste ano”, declara João Sousa. O coletivo é formado por João Barreirinhas e Mário Domingos, na Guitarra de Coimbra, Vasco Corgo e Silva J. Rodrigues, na Viola de acompanhamento, e Luís Baptista, Pedro Nascimento, Novais Miranda e Tiago Rocha, na voz. A Balada de Despedida de 2023, da autoria do conjunto, vai encerrar a cerimónia. Daniel Lopes comenta que a composição musical dos d’Anto “está bastante bem conseguida” e que “cumpre a sua principal função: emocionar os estudantes”.

Por questões de segurança, a lotação do local vai ser limitada a seis mil pessoas e a reserva dos lugares será feita através da distribuição de pulseiras, conforme a ordem de chegada, a partir das 14 horas, em frente à Porta Férrea (informação publicada na conta oficial de Instagram da QF de Coimbra, entretanto apagada). O presidente da SF/AAC admite que a transmissão do espetáculo na RTP “dignifica o próprio momento, e fomenta a entrada de novos intervenientes”. De acordo com Matias Correia, o evento dos Coldplay não vai ser uma condicionante à adesão. “Temos o público que nos interessa, que são os estudantes”, remata.

Para concluir a noite, a Ceia dos Boémios vai ser realizada, na madrugada do dia 19, na cantina das massas, ao invés da cantina dos grelhados, como era costume. O Dux Veteranorum explica que esta alteração foi “uma imposição da reitoria, que não permitiu o uso do lugar”. 

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