Sarau de Gala arranca semana de festa com dança, música e ginástica. Grupos Académicos fazem público dançar pelos corredores do TAGV. Por Luísa Macedo Mendonça e Ana Filipa Paz
Tocavam as 21 badaladas quando duas jovens seccionistas da Secção de Fado da Associação Académica de Coimbra (SF/AAC), de lacinho a aconchegar o gargalo, subiram a palco do Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV) para apresentar o Sarau de Gala da Queima das Fitas (QF). Como é tradição, este momento marca o arranque da semana da QF, ainda que se tenha repetido o mesmo problema dos anos anteriores: a sobreposição com o primeiro dia, de Medicina, de noites no Parque da Canção.
Faz parte da história do Sarau de Gala ser o Orfeon Académico de Coimbra (OAC) a abrir o espetáculo, a seguir à atuação conjunta com a Tuna Académica da Universidade de Coimbra (TAUC) e o Coro Misto da Universidade de Coimbra (CMUC). A apresentação do grupo mais antigo da academia ficou marcada pelo arranjo da música “Pompeii”, dos Bastille, feito por um membro do OAC, bem como pela interpretação do tema emblemático “Bohemian Rhapsody”, dos Queen, acompanhada de dois elementos da TAUC, no piano e na bateria.
O segundo a atuar foi a TAUC, que se destacou pela interpretação do tema “As mãos”, de Adriano Correia de Oliveira. A tuna combinou o som do violino, violoncelo, trompete e demais instrumentos com a voz do próprio Adriano Correia de Oliveira, gravada. Face a algumas falhas técnicas, o maestro da TAUC revelou não ter feito ‘soundcheck’ e criticou os problemas de som recorrentes.
O CMUC seguiu-se, com temas mais comerciais, como “Lion sleeps tonight” e “Wannabe”, das Spice Girls, ao sabor do espírito a que nos têm habituado. O trabalho que o grupo tem feito no sentido da inclusão de todos os estudantes e, à luz do principal objetivo da sua criação, da integração da mulher nas atividades académicas foi ressalvado.
A Big Band Rags, um grupo que nasceu no seio da TAUC, animou a sala com músicas como “Valerie”, de Amy Winehouse, e “I Will Survive”, de Gloria Gaynor, ao som da qual a plateia dançou e rodopiou pelos cantos do TAGV. A atuação deste grupo foi também marcada pela expressão de descontentamento relativamente ao facto de os grupos participantes não terem lugar sentado para assistir ao espetáculo. Assim, convidaram os membros da TAUC a juntar-se à banda no palco.
Os próximos a marcar presença no palco do Sarau foram os grupos da SF/AAC, começando pela atuação do grupo de fado “Canção de Coimbra – Inquietação”. De seguida, a Orquestra Típica e Rancho subiu a palco, fazendo-se acompanhar dos “velhos”, que revisitaram as danças tradicionais em grande euforia. O Grupo de Cordas, a Estudantina Feminina de Coimbra e a Estudantina Universitária de Coimbra (EUC) continuaram a alegrar a noite, na qual se destacou o arranjo da Feminina da música “Adeus ó Serra da Lapa”, de Zeca Afonso, e o momento de dança ao som de “Assim é que é”, da EUC.
Fora dos momentos musicais a que estamos habituados, a Secção de Ginástica da AAC marcou presença com saltos e acrobacias pelo palco da TAGV, que não deixaram ninguém indiferente. Desde a classe de competição à de demonstração, os ginastas deixaram todo o público surpreso. Para terminar a noite, As FANS – Tuna Feminina da Universidade de Coimbra e os seus irmãos, a FAN-Farra Académica de Coimbra, bem como as Mondeguinas, tocaram três temas. A Orxestra Pitagórica da SF/AAC fechou a noite, com muita festa e diversão.
De um modo geral, o público mostrou-se bastante animado durante as atuações, verificando-se a presença, tanto de jovens, como de pessoas mais velhas. Ainda assim, as cinco horas ininterruptas de Sarau não foram aproveitadas por todos da mesma maneira, uma vez que, no final, parte do público já havia abandonado o TAGV. “Obrigada àqueles que ainda apreciam o Sarau de Gala” foi a declaração de um dos membros da Orquestra Pitagórica que rematou o espetáculo.

