Estudantes ocupam jardins da FEUC em protesto. Movimento “Fim ao Fóssil” continua a lutar por reconhecimento em Coimbra. Por Gustavo Eler
O movimento “Fim ao Fóssil: Ocupa!” organizou uma manifestação nesta terça-feira, nos jardins da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC). O grupo está a ocupar o espaço desde das 10 horas e pretende permanecer no recinto até que suas reivindicações sejam ouvidas pela comunidade.
A iniciativa é formada por estudantes que acreditam na luta pelo fim do uso de combustíveis fósseis até 2030, além de outras pautas voltadas para a UC. Dani, um dos organizadores da ocupação e estudante de Relações Internacionais da FEUC, afirmou que a manifestação também é pela batalha da “reabilitação dos espaços das residências e repúblicas de estudantes”.
João Marcelino, outro dos envolvidos na organização e estudante da Escola Superior Agrária de Coimbra, explica que o movimento está a acontecer em Coimbra pela primeira vez, mas já esteve em ação no início no ano passado, com algumas ocupações que ocorreram em Lisboa. No dia 25 de abril, o grupo juntou-se às manifestações para expor as suas pautas, quando 80 estudantes ocuparam um edifício abandonado da UC.
As reivindicações propostas pelo grupo ainda inferem nas ações da UC. O movimento almeja que a instituição termine quaisquer parcerias com indústrias e bancos que tenham relação com combustíveis fósseis. Mesmo que isso não seja possível, Dani ainda acredita que a universidade deveria ter “pelo menos uma posição pública contrária, em que reconheça que isso está errado”.
O movimento chegou a ocupar a Faculdade de Letras da UC, mas foram recebidos com bastante repreensão. Segundo João Marcelino, “os estudantes foram um bocado contra por dizerem que a luta não tem sentido”. Para Dani, a decisão de passar a manifestação para a FEUC deve-se por ser “um lugar onde a repreensão não é tão forte, para conseguir fazer o trabalho de agregar pessoas ao movimento”. João Marcelino ainda completa que os estudantes têm-se mostrado interessados e apoiam a iniciativa dentro da faculdade.
O movimento já esteve reunido com a direção da FEUC para apresentar as suas reivindicações, e agora aguardam por uma resposta. A ocupação vai-se estender até amanhã para receber alguma resposta, caso contrário vão permanecer no local. Dani espera que as propostas cheguem ao reitor da UC e que assim recebam uma resposta em breve.
João Marcelino apela para que se faça “alguma coisa, pois está a acontecer uma enorme crise climática, energética, social e política”. O estudante completa que “agora é a hora dos políticos entenderem que aqui em Coimbra os estudantes também têm voz”.
