Gustavo Mioto vem à festa na sua primeira turnê internacional. Coral Quecofónico do Cifrão apela valorização de tunas por parte de estudantes. Por Andreina de Freitas e Sofia Moreira
Na madrugada de 25 de maio, com chapéus nas cabeças e botas nos pés, os estudantes conimbricenses prestigiaram as apresentações dos dois brasileiros sertanejos do momento. Ana Castela e Gustavo Mioto vieram a Coimbra para performar na sexta noite da Queima das Fitas (QF) como atrações principais. Seus concertos começaram com fogo ao ar e o chão a tremer à meia noite de quarta-feira e estenderam-se até as 3 horas da manhã, quando o Coral Quecofónico do Cifrão assumiu o palco principal.
Apesar do destaque ao seu género originário, ambos os músicos optaram por diversificar seu repertório. Enquanto Ana Castela adicionou ao seu show uma série de canções de funk, segurou-se às suas raízes com ‘hits’ de Jorge e Mateus e outros símbolos clássicos do sertanejo brasileiro – ou, como referido pela artista, “modão”. Ana Castela, em conferência de imprensa, revelou estar “nervosa” por ser a sua primeira vez fora do Brasil, tanto em termos profissionais quanto pessoais, mas acentuou sentir-se “especial” por ser convidada a participar na QF’23.



Gustavo Mioto, apesar da essência sertaneja, também variou os géneros percorridos durante a sua performance. O cantor selecionou músicas autorais e internacionais para o concerto, que revelou ser o primeiro de três shows em terras lusitanas, no que afirmou em conferência de imprensa ser a sua primeira turnê internacional. Na mesma reunião, o artista confirmou uma colaboração em curso com o músico português David Correia, sobre a qual pontuou ter uma versão prévia da música já pronta. Entre Gustavo Mioto, Ana Castela juntou-se ao sertanejo veterano no palco para dar adeus ao público universitário.
A atmosfera cabocla da noite se alterou com a entrada do Coral Quecofónico do Cifrão, composta por membros da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC). O espetáculo da tuna masculina, para o qual os estudantes da FEUC revelaram terem preparado-se o ano inteiro, contou com a “balada de 2010” e com uma música original entitulada “Epopeia”, entre outras. A tuna referiu ainda sentir-se orgulhosa de ser “uma das últimas tunas tradicionais masculinas do país” e elogiou a promoção feita pela QF. No entanto, os membros do grupo apelam por uma maior valorização “não só da QF, mas de todos os estudantes da UC”.
