Criação e uso do ChatGPT foi ponto de destaque no debate. Diretor do Jornal Expresso, João Vieira Pereira, abordou futura utilidade da inteligência artificial no jornalismo. Por Luís Gonçalves
Nas comemorações dos 50 anos do Jornal Expresso foi organizada a conferência “A inteligência artificial, o ensino e o futuro”. Esta realizou-se no dia 5 de maio, no Colégio da Trindade, e começou perto das 15h.
Este debate teve como moderador João Miguel Salvador, jornalista do Expresso, e como oradores a vice-reitora da Universidade de Coimbra (UC) para o Ensino e Atratividade, Cristina Albuquerque, e Penousal Machado, professor do Departamento de Engenharia Informática da UC. Também Susana Aires de Sousa, professora da Faculdade de Direito da UC, o presidente da Associação Académica de Coimbra (AAC), João Caseiro, e Joana Feijó, diretora de Desenvolvimento de Negócio da “Health Cluster Portugal”, fizeram parte do painel.
O diretor do Jornal Expresso, João Vieira Pereira, e o Reitor da UC, Amílcar Falcão, também estiveram presentes na conferência, pelo que deram um pequeno discurso de introdução ao debate. Para o diretor do jornal, a escolha desta temática prendeu-se no facto de ser alvo de debate atual: “apesar de ser um tema que existe há já algum tempo, a Inteligência Artificial (IA) começou a ser mais discutida nos últimos anos, em particular com a criação do ChatGPT”. Ao longo de toda a conversa, a utilização da plataforma e das suas consequências, sobretudo por alunos, foi alvo de destaque.
Em relação à necessidade de adaptar o ensino à inteligência artificial, Susana Aires de Sousa referiu a inevitabilidade de se “personalizar” a área. Joana Feijó reforçou a ideia, pois considera que “a IA permite um ensino mais colaborativo e mais imersivo”. João Vieira Pereira acrescentou que “estas novas tecnologias podem ser usadas na escola e ser usadas de forma ao ensino se preparar para o futuro”.
Para a diretora de Desenvolvimento de Negócio, “a IA é importante para análise de dados, mas a atuação humana tem de estar presente”. Nesse âmbito, o diretor do Expresso mencionou que esta caraterística pode ser útil no jornalismo, ao ajudar os jornalistas na verificação da informação. Com o trabalho da IA, “o jornalista apenas tem de interpretar os dados e relacionar com o que observa à sua volta”, referiu. João Vieira Pereira realçou ainda a diversidade de participantes na conferência como um aspeto positivo.
Após alguma discussão e esclarecimento de questões por parte do público, o debate chegou ao fim perto das 17 horas. No entanto, a conferência contou ainda com a atuação do Grupo de Fados e Guitarradas da Secção de Fado da AAC, que apresentou três dos seus temas.

Fotografia por Luís Gonçalves
