Noite de Serenatas conta com presença de Beatriz Villar. FANS querem aumento da participação e projeção de mulheres na Canção de Coimbra. Por Ana Cardoso
Após quatro anos sem realizar, o Tunalidades, festival das FANS – Tuna Feminina da Universidade de Coimbra (UC), está de volta para a XV edição. A noite de serenatas aconteceu a 14 de abril, no café Santa Cruz, e contou com a participação de Beatriz Villar, das Mondeguinas – Tuna Feminina da UC, da Tuna Académica Feminina da Universidade de Évora (TAFUÉ), do grupo de fado d’Anto, da Tuna Feminina de Engenharia da Universidade do Porto (TUNAFE) e a Tuna Feminina do Instituto Superior Técnico (TFIST).
Beatriz Villar, um nome em ascensão no mundo da Canção de Coimbra, abriu o espetáculo com “Saudades de Coimbra”, depois interpretou o “Fado Hilário”, um dos mais antigos de que há registo, e terminou com um “medley da Beira Baixa”. A artista começou a aventurar-se no Fado de Coimbra no grupo “Na Cor do Avesso”, e chegou a ser júri numa edição anterior do Tunalidades, ainda enquanto membro do grupo anfitrião. Beatriz Villar partilha que, apesar do receio que sentia, devido a histórias de outras artistas que tentaram fazer o mesmo e sofreram represálias, avançou com a sua paixão. Uma das pessoas que a encorajou a apostar neste percurso foi Diogo Mendes, que a acompanha na guitarra portuguesa.
Depois de Beatriz Villar entram as Mondeguinas, com “Chamateia”, seguida do original “Murmúrio”. Salta-se para o sul, com a TAFUÉ, que, entre outras músicas, vem também tocar um original seu. De volta ao Fado de Coimbra, o grupo de fado D’Anto vem interpretar vários temas da cidade. Seguem-se a TAFUE e a TFIST, vencedora da última edição do festival.



Segundo Inês Moita, uma das cinco organizadoras do festival, o objetivo era dar visibilidade à voz
feminina no fado. As FANS pretenderam fazê-lo tanto na noite de serenatas, como de festival. “É importante começarmos a falar mais disso porque há muita gente interessada em cantar fado, mas nunca é muito divulgado e acho q é importante trazer isso para a conversa”, reforça a organizadora.
Rodrigo Vieira, estudante da UC, que assistiu ao espetáculo, e Beatriz Villar partilham também da opinião de Inês Moita. A artista que deu início à noite defende que a tradição de serem só vozes masculinas a cantar o Fado de Coimbra perde o sentido a partir do momento em que as mulheres começam a entrar na academia. Beatriz Villar mostra-se ainda agradada por considerar que começa a haver cada vez mais presença feminina no seio do Fado de Coimbra.
