Cultura

Tunas femininas ganham voz no Centro Norton de Matos

Mateus Araújo

Evento contou com referências ao 25 de abril e à voz da mulher no fado. Júri galardeou participantes com oito prémios. Por Mateus Araújo

O Maria da Fonte –  Festival de Tunas Femininas organizado pela Estudantina Feminina da Secção de Fado da Associação Académica de Coimbra (SF/AAC), teve a sua terceira edição no dia 22 de abril, no Centro Norton de Matos. Com início previsto para as 21 horas, o espetáculo iniciou-se com uma hora de atraso, com a apresentação do humorista André Carmo.

A atuação de abertura ficou a cargo do Fado no Feminino, grupo da SF/AAC, que conta com duas cordas e flauta transversal, além do canto de duas vozes femininas. A “Trova do Vento que Passa”, balada de António Portugal e Manuel Alegre, foi ouvida como a  primeira música do festival pelo bairro Norton de Matos. Foi seguida de “Menino d’Oiro”, “Fado dos Olhos” e “Cantar de Imigração”.

De seguida, a Tuna Académica Feminina da Universidade do Minho – Tun’ao Minho foi a primeira tuna a apresentar-se, com o tema “Sol de Inverno”. O grupo académico procedeu o espetáculo com um ‘medley’ de Zeca Afonso intitulado “Estrela d’Alva”, assim como o tema “Embalo do Coração” e o instrumental “Insónia”. Para manter a atenção do público, e em homenagem “às mães e às avós”, sucederam-se os originais “Deusa do Norte” e “Trovas de Amor”.

Por sua vez, a Tuna Feminina do Orfeão da Universidade do Porto – TUNAF, entrou em palco com a canção “À Beira Mar”, seguida por “Lela” e o instrumental “El Condor Passa”. De flor amarela na orelha, o grupo apresentou temas com inspiração além fronteiras, intitulados de “Minas com Bahia”, de Chico Amaral, assim como “Lejos de Ti”. 

Já perto da meia noite, após um breve intervalo, o Grupo de Cordas da SF/AAC ficou responsável pela atuação intermédia. Acompanhados de um cavaquinho, um ‘cajón’, um bandolim e duas violas, os cinco membros do grupo fizeram soar melodias do início ao fim, através de temas como “Ruja Ruja” e de um ‘medley’ de Dragon Ball.

A madrugada de domingo iniciou-se com a atuação das Mondeguinas – Tuna Feminina da Universidade de Coimbra, que trouxeram consigo os típicos malmequeres brancos, presos no cabelo. “Senhora do Almortão” foi o tema eleito pelo grupo como canção de abertura, pelo que se seguiu o original “Indignação” e “Trovador da Liberdade”, uma homenagem a Zeca Afonso. Após breves referências ao 25 de Abril e alguns agradecimentos, as vozes femininas findaram a sua apresentação com “Escadas de São Tiago”, tema original.

O Festival continuou pela noite adentro com as vozes da Tuna Feminina da Associação Académica da Universidade de Aveiro – TFAAUAv, que se apresentaram com a música “Ria de Aveiro”, em referência às suas origens. O tema foi seguido de uma adaptação de uma canção de Dulce Pontes, “Garça Perdida”, assim como de “Amor de Domingo”, música guiada pela voz da solista do grupo. Para findar a sua atuação o grupo deu a conhecer o instrumental “O Corcunda”, que contou com um espetáculo de luzes, assim como “Se Eu Te Pudesse Abraçar”.

A sessão de encerramento ficou a cargo do grupo anfitrião, a Estudantina Feminina de Coimbra, que apresentou os originais “Tricana” e “Coimbra do Estudante”, o instrumental, feito com base num medley dos Dead Combo e, também, o tema “O Livro das Reclamações”. Perto do fim do espetáculo o grupo foi ainda guiado pela voz e gestos de Constança “Wendy” Peixoto, com o arranjo musical de “Adeus ó Serra da Lapa”, de Zeca Afonso.

Após as atuações foi a vez dos júris subirem a palco, assim como as representantes de cada grupo académico, para dar início à sessão de prémios. O título de “Melhor Solista” foi vencido pela tuna aveirense, que também levou para a Ria os prémios de “Melhor Pandeireta” e “Melhor Estandarte”. Por sua vez, as minhotas foram escolhidas pelo seu  “Melhor Instrumental”, pelo que ainda levaram para casa o “Prémio Simpatia”. A premiação de “Melhor Arranjo Musical” foi vencida pela TUNAF, enquanto as Mondeguinas ganharam o título de “Melhor Original” e o Prémio Maria da Fonte foi atribuído à TFAAUAv.

O festival, que esgotou a bilheteira, contou ainda com uma sessão de agradecimentos aos grupos que atuaram, ao público, às entidades que patrocinaram o evento e à equipa de organização. Com fim perto das 2h30, o Maria da Fonte convidou, ainda, todos os presentes para um convívio de festejo, a acontecer na República dos Fantasmas.

Fotografias por Mateus Araújo

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