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Município de Coimbra aprova apoio de 440 mil euros à produtora dos Coldplay

D.R.

Financiamento foi aprovado por maioria em Reunião de Câmara. Vereadores do PS não participaram na votação e vereador do CDU votou contra. Por Daniel Oliveira

A Câmara Municipal de Coimbra (CMC) aprovou esta terça feira, em assembleia, um financiamento de 440 mil euros à Everything is New, produtora responsável pelos quatro concertos dos Coldplay que vão decorrer na cidade em maio. A proposta foi aprovada com maioria da coligação “Juntos Somos Coimbra” e um voto contra de Francisco Queirós, vereador eleito pelo CDU. Os vereadores do PS não participaram na votação.

Interveio antes da aprovação o vice-presidente do executivo, Francisco Veiga. O também vereador eleito pela coligação “Juntos Somos Coimbra” considera que “a previsão do impacto na economia local, sobretudo para atividades ligadas ao setor de hotelaria e serviços de restauração” foi um dos motivos para a autarquia investir no evento. Acrescentou que “os benefícios vão ser muito superiores em comparação com o apoio que o município se presta a dar para a sua realização”.

Interviram de seguida os vereadores da oposição, que, apesar de reconhecerem os benefícios dos concertos para Coimbra, apontaram para questões que os motivaram a não subscrever o apoio. Carina Gomes, vereadora eleita pelo PS, afirma que “há uma série de dados ocultos na informação apresentada”, como a “receita global de bilheteira e custos globais de produção”, o montante que vai ser pago à Associação Académica de Coimbra – Organismo Autónomo de Futebol (AAC/OAF) e a “fundamentação para esta transferência”.

Já Francisco Queirós referiu a votação em causa não passou de “uma retificação do negócio discutido e à partida celebrado sem mandato ou conhecimento prévio” da Assembleia Municipal. Além disso, Hernâni Caniço, vereador eleito pelo PS, questionou os benefícios a longo prazo do concerto dos Coldplay para o concelho: “há mais trabalho, mais fixação de pessoas, mais comércio na baixa, mais indústria e obra social?”. Por último, Regina Bento, vereadora eleita pelo PS, argumenta que o negócio é “incompreensível para as pessoas”, já que “deveria gerar receita para o município, mas vai gerar uma despesa estimada de quase um milhão de euros”.

A última intervenção antes da votação da medida foi do presidente da CMC, José Manuel Silva. O dirigente do executivo justificou o valor do financiamento à Everything is New com a importância de não “perder a oportunidade de receber o evento”. Desse modo, o presidente explica que o município “fez uma negociação com a produtora de modo a manter a competitividade do concelho face a outros pretendentes”. Confessou que não é conhecido o lucro revertido à  produtora e à AAC/OAF, “já que esse é um negócio entre as duas entidades”. Por último, José Manuel Silva espera que o retorno dos concertos para Coimbra seja de “20 a cem milhões de euros”. Foi então votada a proposta, na qual se absteve o PS e houve voto contra de Francisco Queirós. O financiamento foi aprovado pela maioria da coligação “Juntos Somos Coimbra”.

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