Ensino Superior

Futuros arquitetos manifestam-se contra a degradação do património

Mateus Araújo

NuDA/AAC organizou manifestação para explicitar estado atual das instalações do Departamento de Arquitetura. DG/AAC afirma legitimidade e solidariedade ao movimento. Por Mateus Araújo

O Núcleo de Estudantes de Arquitetura da Associação Académica de Coimbra (NuDA/AAC), organizou, no dia 20 de abril, às 14 horas, a manifestação Revolução MuD’ARQ. Em seu manifesto, publicado no dia 5 do mesmo mês, o movimento afirma-se como uma denúncia pública das condições diárias de trabalho, que “afetam a segurança dos alunos e dos professores”.

A presidente do NuDA/AAC, Ana Francisca Souza, informa que “as infraestruturas do departamento estão más; chove dentro das salas de aula, há espaços sem teto, e onde há, existe perigo de cair para cima de nós”. No último período de chuvas, o núcleo tentou contactar com a Reitoria da Universidade de Coimbra para tentar remediar a situação, sem obter resposta.

O projeto de reabilitação para as instalações do Colégio das Artes e Humanidades tem sido um processo lento e as mudanças não foram sentidas: “Queremos condições para que nós, estudantes de arquitetura, possamos trabalhar no nosso departamento”, afirmou a presidente. Acrescenta que a Câmara Municipal de Coimbra (CMC) deveria estar “mais preocupada com a dilapidação do património que a cidade tem sofrido na Alta conimbricense”.

Esse é um sentimento que permeia naqueles que frequentam o edificado do Departamento de Arquitetura (DArq). É o caso de Maria Lourenço, estudante do 2º ano de Arquitetura: “Vejo a degradação à minha volta e quero fazer algo para mudar a situação”. João Jesus, estudante do 3º ano de Arquitetura, concorda com o sentimento e adiciona que o edifício, Património da Humanidade pela UNESCO, possui partes isoladas para afastar os estudantes de zonas em risco de desabar.

A manifestação contou ainda com a presença de membros da Direção-Geral da AAC (DG/AAC), entre eles o presidente, João Caseiro, que afirma que a DG/AAC está “solidária à manifestação e está presente para dar força e apoio à voz dos estudantes do Departamento de Arquitetura”. O responsável pelo Pelouro de Política Académica da DG/AAC, Pedro Falcone, salienta que a manifestação é “legítima e corresponde a uma exigência e vontade dos estudantes do DARQ”.

A manifestação iniciou-se no próprio departamento e seguiu para a Porta Férrea através da Praça Dom Dinis. Encaminharam-se depois para a CMC pela Avenida Sá Bandeira, com os estudantes a entoar cantos como: “Há mais de 20 anos lutamos, sem teto continuamos”; “O DARQ a cair e a Reitoria só a existir”; ou ainda “Não vamos parar enquanto isso não mudar”.

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