Ensino Superior

Estudantes erguem palavra pelos céus de Coimbra

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AAC procura estabelecer representação proporcional com atual RJIES. João Caseiro reconhece falta de “inclusão e boa fé do governo”. Por Tiago Paiva

A Operação Balão, durante a Crise Estudantil de 1969, ficou marcada por balões com mensagens contra o regime ditatorial. Desta vez, a recriação da iniciativa pela Associação Académica de Coimbra (AAC) é composta por balões biodegradáveis e problemáticas vigentes do Ensino Superior. Segundo o presidente da Direção-Geral da AAC (DG/AAC), João Caseiro, o percurso passa por “aliar acontecimentos e temporalidades distintas”. A manifestação segue com o mote “54 anos depois continuamos a pedir a palavra” e realiza-se no dia 21 de abril pelas 11h45.

Com a Oficina de Cartazes organizada pela AAC, os estudantes complementam o movimento com comunicados reivindicativos, no sentido de erguer a voz do coletivo e de apelar para que os alunos acompanhem as decisões do Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior (RJIES). “Além de sairmos à rua e mostrarmos a força de uma outra forma, estamos unidos por um processo mais democrático”, afirma João Caseiro. “Queremos ter peso na nossa palavra”, realça.

No manifesto divulgado nas redes sociais, a AAC salienta a falta de rigor face à plenitude democrática no Conselho Geral (CG). O estudante refere que é importante evidenciar a realidade da comunidade estudantil no governo das universidades e, assim, “a comunicação e representatividade dos estudantes torna-se mais fácil”. Verifica ainda que existe uma “descrença para com o CG enquanto órgão e estrutura”, dado que, entre os 35 elementos que o compõe, apenas 5 são estudantes. Admite que, ao longo deste processo, não têm “encontrado boa fé por parte do governo”.

Para o presidente da DG/AAC, a comissão do atual RJIES “perpetua, de forma pouco transparente, a subrepresentatividade da voz estudantil”. Segundo a sua declaração, este fenómeno faz com que a discussão se centre em questões relacionadas com a investigação e empreendedorismo, e não com o que inquieta os estudantes do ensino superior, como as ações sociais, os acessos e os problemas pedagógicos.

Numa escala mais reduzida, João Caseiro julga que “o que vai acontecer durante a manifestação é bastante imprevisível, de certa forma orgânico”. Acrescenta ainda a importância que a AAC detém no que toca à reivindicação dos alunos, ao rematar que “o papel das academias é mostrar que conseguem representar os estudantes de forma independente ao governo da universidade”.

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