Gabinete visa receção na DG/AAC de vários tipos de denúncias ou queixas com consequente acompanhamento e encaminhamento. Via de formulário com opção de anonimato. Por Lucília Anjos
A Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC) vai criar um gabinete independente para receber queixas e denúncias dos estudantes. A ideia não é nova e está separada de qualquer projeto por parte da Universidade de Coimbra (UC) ou do Centro de Estudos Sociais (CES). O presidente da DG/AAC, João Caseiro, refere que se trata “de uma plataforma que visa a receção de vários tipos de denúncias, queixas ou outras situações”.
O objetivo deste gabinete transversal, que pode receber “casos de agressão, discriminações ou até problemas pedagógicos”, sem nome ainda definido, é a “DG/AAC fazer o acompanhamento e o encaminhamento para as estruturas respetivas da casa”, explica João Caseiro. A estrutura tem três vertentes: “o atendimento presencial, o formulário que pode ou não ser anónimo e a via telefónica”, acrescenta.
O assédio sexual e moral é universal a toda a sociedade e João Caseiro considera que é necessário “criar mecanismos e estruturas que trabalhem sobre esta problemática e que procurem combater este tipo de casos”. A AAC não é centro único onde o problema acontece, pelo que o Gabinete não se vai cingir sobre os estudantes, mas para o presidente da DG/AAC, são eles o foco.
Não obstante uma falta de adesão nas denúncias e queixas de assédio sexual e moral, há a consciência que é um problema que subsiste e, por isso mesmo, deve “existir uma estrutura específica para acompanhar os casos”, sente o presidente da DG/AAC. O gabinete independente vai ter “uma grande base de plataforma tecnológica, seja telefónica seja via formulário, com uma vertente de anonimato”, revela João Caseiro.
O presidente da DG/AAC menciona que a questão do anonimato e da respetiva análise da denúncia e da queixa faz com que possam “recolher e fazer uma base de dados durante os mandatos para poder apresentá-los à UC e trabalhar com eles”. Complementa ainda que as submissões podem ser “interventivas ou informativas, e que esta recolha contínua permite uma maior consciência do que está a acontecer na academia”.
Para João Caseiro, “o facto de se partilhar informação faz com que a DG/AAC possa formar um padrão com casos a acontecer na mesma faculdade ou unidade curricular e mostrar os dados de forma sigilosa”. O contacto posterior com a Universidade ou faculdades em específico leva a uma “desconstrução dos vários problemas” no mundo académico, conclui o presidente da DG/AAC.
