Cidade

Poemas pela mulher ecoam na Casa de Chá

Beatriz Sousa

Evento consistiu na leitura de poemas feministas. O público foi convidado a participar num ambiente “espontâneo e aberto”. Por Miguel Santos

A Casa de Chá recebeu hoje, entre as 17 e as 19 horas, o evento “Poetiza-te”. Nesta iniciativa, impulsionada pela Associação pela Igualdade de Género (AIG), declamaram-se poemas com a participação do público. “Esta iniciativa surgiu de uma conversa informal entre representantes da AIG”, apontou Inês Damião, representante do departamento de informação.

“Celebrar a mulher é uma coisa bonita”, afirma a membro, daí que os poemas escolhidos, em vários idiomas, “estejam relacionados com autoras femininas ou com o feminismo”. Esses textos, escolhidos pelo departamento cultural da AIG, distribuíram-se pelas mesas do café em papelinhos. No entanto, este encontro abriu espaço para a leitura de originais da audiência. Durante as recitações, o público demonstrou-se participativo e aproveitou essa oportunidade.

“Não houve treino para este espetáculo” pois, segundo Inês Damião, procuravam “a espontaneidade e a abertura”. A sua publicidade fez-se através das redes sociais e de panfletos distribuídos por “locais-chave” da cidade. Antes de começar, esperava-se uma “boa adesão” ao sarau. No que concerne à organização, a mesma foi “leve, longe de ser um fardo para quem a fez”, pois é necessário “divertir-se para divertir”, destacou a entrevistada.

A representante destacou que “gosto muito de escrever poesia, que é uma arte muito expressiva, mas que possibilita esconder alguns significados”. Justificou a exclusividade poética do evento em contrapartida com a prosa, ao relevar que “a poesia consegue ser mais direta” e que “para um evento desta duração sintetiza melhor as mensagens a transmitir”. Acrescentou ainda que, no momento da recitação, caso o poema seja seu, sente-se “transportada para o momento da sua criação”. Já quando lê um poema de outro autor, sente “um respeito enorme pelas emoções que ele sentiu”.

Miriam Bernardino, coordenadora do projeto da Casa do Chá, declarou que este espaço “trabalha na inclusão laboral de pessoas com deficiência intelectual”. Explica também a cedência do seu estabelecimento para a atividade poética em questão, ao afirmar que “estes projetos ajudam a promover os direitos, a aceitar a adversidade e promover a inclusão”, pelo que “têm muito que ver com a própria filosofia da Casa de Chá”. Deu a conhecer que, desde há dois anos atrás, “este espaço faz mais atividades destas, como apresentações de livros, concertos, conferências e saraus”.

Na perspetiva da coordenadora, “a Casa de Chá não é só um café, mas também um espaço cultural pertencente a Coimbra”. A própria relevou que “estes eventos ajudam os clientes a conhecer o estabelecimento e estimular, ao mesmo tempo, os trabalhadores durante o seu trabalho”. Culminou o seu discurso ao afirmar que “estas dinâmicas atraem muitos estudantes” e que “a localização do café contribui para o seu sucesso”.

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