Ensino Superior

Falta de segurança leva Mega Químicas aos jardins

Ana Cardoso

Convívio voltou a não ser realizado no átrio das químicas. Reitoria não disponibilizou espaço por instabilidade na infraestrutura. Por Ana Cardoso

O Mega Químicas, organizado pelo Núcleo de Estudantes de Química da AAC (NEQ/AAC), ocorreu dia 21 de março, mas, em vez de ocorrer no átrio das químicas, como era normal, tomou lugar nos Jardins da Associação Académica de Coimbra (AAC). A decisão da reitoria de não ceder o espaço entre os departamentos de Física e Química deve-se à “falta de condições de segurança”, segundo o comunicado emitido pelo NEQ/AAC.

Segundo a presidente do núcleo, Maria Carvalho, o átrio das químicas é o local “característico” do Mega Químicas, um espaço “mais fechado e acolhedor”. A organização contactou o Vice-Reitor do Património, Edificado e Turismo da Universidade de Coimbra, Alfredo Dias, e a razão apresentada foi a “instabilidade da estrutura”. Para além disso, acrescenta que a fragilidade dos pilares torna “impensável” qualquer evento que comprometa a estabilidade da infraestrutura, pelo que a localização de atividades com muita gente e barulho tem de ser “repensada”.

O último Mega Químicas no sítio habitual foi em 2020 e a estudante, pelo que sabe, não houve entraves à realização do mesmo. Depois de ter sido suspenso devido à pandemia, voltou no semestre passado e surgiu o problema da localização. Neste segundo semestre, a resposta da reitoria manteve-se e o NEQ/AAC publicou um comunicado nas redes sociais a explicar por que não iria ser no átrio das químicas. De acordo com Maria Carvalho, as pessoas estavam “inquietas” pela possibilidade de se tornar “só mais um convívio na AAC”, uma vez que não tinham conhecimento deste entrave.

A dirigente não considera normal haver aulas ali todos os dias quando estão impedidos de acontecer outros eventos devido à instabilidade da estrutura. Revela ainda ter apresentado essa questão à reitoria, mas não obteve resposta. “De vez em quando até se veem senhores ali nas obras”, no entanto continuam a aparecer cada vez mais postes debilitados, continua. De acordo com a mesma, um dos motivos que a reitoria apresenta para a degradação destas estruturas é a realização de várias edições do Mega Químicas ao longo dos anos.

Apesar das dificuldades, a presidente considera que a festa este semestre “correu melhor” e que o comunicado ajudou nesse aspeto. Acrescenta que os estudantes “perceberam o que se passava” e que não era “falta de vontade” da organização. “Gostava muito que fosse nas químicas, acho que toda a gente gostava”, confessa, ainda que não acredite que volte a acontecer, nem que o átrio seja reestruturado. Desta maneira, e após saber que a reitoria não disponibilizava nenhum outro local no polo I, a solução encontrada para continuar com o evento foram os Jardins da AAC. 

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