Ensino Superior

Marias do Loureiro debatem violência sexual no Ensino Superior

Lucília Anjos

Discussão contou com presença da APAV. Pouca adesão universitária em atividades relativas ao tema. Por Lucília Anjos  

No dia de hoje, às 16 horas, a República das Marias do Loureiro abriu portas para uma roda de conversa sobre a violência sexual no Ensino Superior. A partilha do tema contou com a intervenção de Natália Cardoso, gestora do Gabinete de Apoio à Vítima (GAV) de Coimbra, da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), e de Patrícia Moura, voluntária do mesmo.

Natália Cardoso considera que todos os eventos com o objetivo de “divulgar as várias formas de violência são importantes”, já que todas as pessoas, e não só a comunidade estudantil, podem ser vítimas. Reforça ainda a importância acrescida dessa divulgação perante universitários, com referência a estudos feitos, que concluem que estes “se encontram numa idade de transição e, por isso, não acionam mecanismos de ajuda”.

A falta de procura de ajuda resulta, além de desconhecimento, do facto da comunidade do Ensino Superior “ter mais dificuldade em considerar-se enquanto vítima”, acrescenta a gestora do GAV. A ideia de se fazer esta partilha numa casa de estudantes universitárias traz uma aproximação maior e informalidade na transmissão da informação. De acordo com Natália Cardoso, isto “pode ajudar a desmitificar algumas das questões que os estudantes podem ter relativas às estruturas de ajuda”.

A adesão a este tipo de atividades não costuma ser a esperada, tal como sucedeu neste evento. A gestora do GAV menciona que a razão desta ausência, também sentida em projetos passados com o mesmo tema, deve-se ao facto de os estudantes sentirem que “não é um problema deles, mas antes das pessoas adultas e acabam por se distanciar”, o que foi comprovado com estudos realizados pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.

Natália Cardoso nota, no entanto, um aumento de pedidos por parte de universitários para “este tipo de conversa e participação”, pois há uma maior “sensibilidade para estas questões”. Fortalece a ideia de que os estudantes têm um papel ativo e “devem reivindicar, seja a nível associativo, perante a Universidade, ou outros serviços que achem legítimo para o apoio, se julgarem não haver respostas suficientes”.

O GAV de Coimbra surgiu em 1994, sendo um dos gabinetes mais antigos da APAV e está ao dispor de toda a comunidade através do seu espaço físico, por telefone ou por e-mail. Além disso, a APAV tem uma linha nacional gratuita cujo contacto é 116006, disponível para todos, em qualquer ponto do país.

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