Ensino Superior

Estudantes da FPCEUC marcam “A semana da Mulher”

Tiago Paiva

NEPCESS dá voz à mulher e seus direitos. Projeto salienta aspetos como violência sexual e pornografia. Por Tiago Paiva

Entre os 6 e 9 de março, o Núcleo de Estudantes de Psicologia, Ciências da Educação e Serviço Social da Associação Académica de Coimbra (NEPCESS/AAC), concretiza a terceira edição do programa “Womaniza-te”. Além dos elementos do núcleo, profissionais especializados em diferentes campos ofereceram o seu contributo para a “Semana da Mulher”. Docentes e psicólogos da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC) e da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) contribuíram para as atividades da semana.

Segundo uma das organizadoras, Mariana Cardoso, ao ter por base a adesão do público nas edições passadas, “as expectativas eram altas”. Porém, mesmo com números bastante positivos, admite que a equipa se mostrava “um pouco receosa, não só por ser uma coordenação nova como também por esta edição conter temas mais polémicos”. Quanto à planificação do programa, Mariana Cardoso declara que o seu pelouro procura “todos os anos trazer temas diferentes” dado que, “embora cheguem sempre estudantes novos, os antigos continuam na faculdade”.

Este ano, o programa inicia com a exposição “Revolução das Mulheres no Irão”, inaugurada no dia 6 de março no Colégio das Artes e claustros da FPCEUC. A mostra que se encontra em exibição até dia 9 de março, explora os direitos humanos das mulheres do Irão e a sua luta constante para manterem o seu papel na sociedade. O núcleo alude ao caso de Mahsa Amini que, após a utilização do seu ‘hijab’ ter sido considerada imprópria, foi detida e acabou por falecer.

Ainda no dia de abertura, pelas 18 horas, deu-se a primeira sessão, intitulada de “Pornografia: O Preço da Ilusão”. A palestra contou com a presença das psicólogas Marta Pires e Lídia Araújo e, de acordo com Mariana Cardoso, “a dinâmica da sessão foi fruto da interação do público” que, em registo anónimo, esclareceu várias dúvidas e curiosidades. A academista garante que, apesar de ter sido uma peça “muito revista e alterada” face ao plano inicial, “as oradoras abordaram os tópicos estipulados no começo”. Remata que o “apoio das psicólogas foi fundamental” e que “sem elas teria sido muito diferente”.

“Não sou apenas um corpo: os perigos da intimidade forçada” foi a sessão que marcou o segundo dia do projeto. A apresentação ficou ao encargo de Isabel Alberto, psicóloga da FPCEUC, e de Inês Bastos e Cláudia Rodrigues, psicólogas da APAV. A palestra centrou-se na discussão de aspetos relacionados com a violência sexual e ao trauma que surge após situações deste teor. Para a organizadora, “foi a sessão mais fácil de concretizar”. Refere ainda que “não houve grandes mudanças em relação ao que foi estabelecido” na delineação da agenda.

A iniciativa termina com um movimento social na Praça 8 de Maio e com a publicação de um vídeo nas redes sociais com o nome “Quão bom é ser Mulher”, no dia 9 de março. A manifestação arrancou hoje pelas 18h00 e visa promover os direitos femininos na sociedade. O vídeo relata um questionário feito pelas ruas de Coimbra, onde os elementos do núcleo entrevistam pessoas e abordam questões como as dificuldades que a mulher enfrenta no seu quotidiano, assim como a importância dessa figura na vida dos indivíduos entrevistados.

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