DG/AAC leva a cabo iniciativa de recolha de assinaturas. Objetivo é combater falta de alojamento para estudantes. Por Ana Cardoso.
Na Assembleia Magna (AM) de 6 de fevereiro, foi aprovada uma proposta da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC) em consequência do aumento do preço de habitação. A DG/AAC está, a partir de hoje, a recolher assinaturas para a moção. Esta iniciativa vai passar pelos três polos da Universidade de Coimbra (UC) nos próximos dias.
Face à inflação do mercado imobiliário, a DG/AAC redigiu o documento, aprovado em AM. Este expõe a falta de camas em residências universitárias, que estão em número inferior ao de estudantes deslocados. Aponta também a descida do arrendamento a estudantes e o consequente aumento do preço. Os membros do órgão executivo consideram o Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES), proposto pelo governo, insuficiente.
A UC candidatou-se a este plano, mas só recebe 196 novas camas. O vice-presidente da DG/AAC com a pasta da ação social, Pedro Monteiro, explica que, apesar da falta de lugares nas residências da UC, havia outros locais com maior escassez, daí o baixo aumento deste número. Acrescenta a preocupação de que, para este plano, está a ser utilizado dinheiro do Programa de Recuperação e Resiliência, mas “não há um plano a longo prazo”.
Na moção, a DG/AAC defende que se deve criar um plano independente de financiamento europeu, que “termine unicamente quando as necessidades da construção estejam supridas e que tenha em consideração as necessidades de cada Instituição de Ensino Superior”. Sugere ainda a “priorização do reaproveitamento do património inativo, devoluto ou abandonado, do Estado”. Pedro Monteiro alude às 730 mil casas vazias e abandonadas em todo o país e considera que a reaproveitação dos espaços já existentes “seria uma forma mais sustentável” de formar novas residências, ao invés de criá-las de raiz. Julga, ainda, que este processo ia demorar mais tempo, o que pode acrescer custos maiores.
Segundo o vice-presidente, a recolha de assinaturas surge da vontade de informar os estudantes de maneira dinâmica e de criar uma exposição mediática que tenha consequências. A DG/AAC tem como meta as 2500 assinaturas, que garantem as condições mínimas para uma audição pública em Assembleia da República. O plano inicial era entregar a moção ao Governo e à Câmara Municipal de Coimbra. Agora, no entanto, pretende-se levar a discussão a AM para se deliberar o próximo passo.
Esta recolha decorre entre os dias 14 e 16 entre os departamentos de Física e Química (polo I), de 17 a 21 passa para as escadas entre os departamentos de Engenharia Informática e Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (polo II), e, por último, vai ser feita em frente às cantinas do polo III nos dias 22 e 23. Nestes locais vai ser montada uma tenda, decorada com a frase “arrenda-se colchão: 300€/mês” e algumas das estatísticas relativas aos problemas apresentados na moção.
