Participantes da iniciativa Ocupa marcaram presença na Greve Climática Estudantil. Para estudante da ESAC “é preciso investir e não destruir”. Por Luís Gonçalves
Durante a manhã do dia 3 de março deu-se mais uma Greve Climática Estudantil (GCE) em Coimbra, em frente à Estátua D. Dinis. O evento começou às 10h e teve como temática os combustíveis fósseis. Com um impacto a nível mundial, a luta pelo ambiente espalhou-se um pouco por todo o país, pelo que foram realizadas outras greves em cidades como Porto e Lisboa.
Como é explicado por Maria Mailho, membro da organização da GCE e estudante da licenciatura em Direito na Universidade de Coimbra (UC), esta greve foi mais pequena “devido à época de exames, que aconteceu há pouco tempo, e que impossibilitou uma melhor organização” do evento. João Marcelino, também membro do coletivo estudantil e aluno na Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC) refere que, apesar de ter havido pouco tempo de organização, o balanço foi positivo.
De acordo com os estudantes, a falta de tempo foi um dos aspetos que explica uma menor adesão à greve, o que também acabou por levar ao cancelamento de uma oficina de cartazes que estava prevista acontecer. Outra das condicionantes foi o facto de a GCE ter sido numa sexta-feira, “data em que existem jovens a voltar para as suas casas”, como afirma o estudante da ESAC.
A estudante de Direito considera como novidade “o aparecimento de membros da iniciativa Ocupa” pela justiça climática no evento. João Marcelino explica que este “é um movimento que ocupa faculdades a nível mundial”. Adiciona que, “tanto quanto se sabe”, ativou-se um alarme de incêndio na Faculdade de Letras da UC”, sendo tudo abordado de forma discreta. O estudante da ESAC explica que o pretexto da GCE passou pela preocupação com o aquecimento global, pelo que realça: “a nossa casa está a arder”.
As problemáticas de Coimbra a nível ambiental, neste momento, passam pelo ‘metro-bus’ e pela destruição de estações de comboio. Para o estudante da ESAC “é preciso investir e não destruir”. Maria Mailho complementa que um dos entraves causados pelo ‘metro-bus’ “passa também pela alteração do urbanismo da cidade”. A estudante de Direito ressalva ainda a questão do lixo, “quer no dia da latada e do cortejo, quer numa quinta-feira académica”.
Em relação ao futuro, João Marcelino diz que ainda não há nenhum projeto organizado, mas é costume haver três greves por ano: “o normal é haver uma em setembro, uma a meio do ano e outra no final”. Deixa também o convite a quem se quiser juntar à iniciativa Ocupa, que está “a começar a criar um núcleo em Coimbra e pretende invadir as faculdades na primavera”.
