Ensino Superior

TORNADU de debates em Coimbra

Sofia Moreira

Torneio promovido pela SDUC conta com mais de cem participantes de todo país. Lucas Lima celebra importância de incorporação de debates na academia. Por Sofia Moreira

Arranca hoje, dia 24 de fevereiro, o Torneio Nacional de Debates Universitário (TORNADU) às 19 horas, no Departamento de Física da Universidade de Coimbra. Sediado pela Sociedade de Debates da Universidade de Coimbra (SDUC) e dura até dia 26 do mês. Os mais de cem debatedores vêm de universidades de todo o país, de acordo com o principal organizador do evento e aluno de Licenciatura em Relações Internacionais da Faculdade de Economia da UC, Lucas Lima.

Criado em 2012, a ideia do TORNADU originou-se de uma “brincadeira de estudantes”, refere o coordenador, “para fazer uma cena de debate competitivo que tentasse imitar o que acontecia no parlamento britânico”. O estudante conta que os debates como atividade lúdica expandiram-se pelos movimentos de associações estudantis de Portugal, o que acabou por originar a própria SDUC. A cada ano, uma sociedade diferente sedia a competição: em 2022 foi a Associação de Debates Académicos da Universidade do Minho e, neste ano, é a SDUC, que também organizou o evento em 2018.

O torneio fundamenta-se em cinco rondas de debate, de acordo com o modelo competitivo do parlamento britânico: os participantes são divididos em quatro equipas de duas pessoas cada, pelo que duas duplas devem ser a favor da moção e as outras, contra. Os juízes avaliam a qualidade argumentativa das duplas, classificam-nas e pareiam-nas com outras duplas de os primeiros colocados da primeira colocação correspondente – ronda debatem com os melhores da segunda e assim por diante. Vence quem receber a melhor classificação na quinta ronda, que acontece no domingo, dia 26, e o prémio é uma quantia de cem euros.

Os temas dos debates, ou moções, são variados. De acordo com Lucas Lima, “podem ser de economia, de relações internacionais, feminismo, comunismo, ambientalismo” e são escolhidos por um grupo denominado CA Team, composto pelos cinco principais juízes do torneio. Apesar da flexibilidade temática, o coordenador adiciona que “cada debate costuma ter um macrotema já determinado”, de tal forma que as moções devem estar de acordo com este.

Em relação à inserção do debate no meio académico, proporcionada pelo TORNADU, Lucas Lima salienta a sua “imensa importância”. O organizador destaca a utilidade do treinamento de uma boa construção argumentativa para o ambiente universitário: “você sai da licenciatura, vai para o mestrado, doutoramento, eles te cobram isso sem ter experiência nem preparação”. O coordenador lamenta ainda a falta de estímulo e abertura para que os estudantes expressem as suas opiniões durante as aulas e indica a incorporação do debate no contexto universitário como incentivo para que os alunos se posicionem mais.

To Top