Ciência & Tecnologia

Investigadores da UC procuram extração de óleo mais ecológica

Fotografias cedidas

Investigação procura forma de tornar efluentes mais biodegradáveis. Nova tecnologia pretende ser “resposta à poluição que existe nos lagares de azeite”. Por Miguel Santos

Investigadores do Departamento de Engenharia Química da Universidade de Coimbra (DEQ), testaram um método que pode fazer da indústria do óleo mais ecológica. A iniciativa insere-se no âmbito do projeto “Serena”, financiado pela Compete 2020. Deste trabalho fazem parte uma equipa de especialistas liderada por Rui Martins, investigador do DEQ, e a empresa SenTec. Segundo o comunicado de imprensa, o projeto “deu origem a uma unidade piloto numa fábrica de extração de óleo, que disponibilizou o efluente para o desenvolvimento desta investigação”.

De acordo com a investigadora Eva Domingues, este empreendimento, no qual participou, procura “extrair os óleos presentes na água”, como “resposta à poluição que existe nos lagares de azeite”. Quando questionada sobre o caráter inovador deste desenvolvimento, referiu que o efluente que resulta da produção de azeite é “tóxico”, e, muitas vezes, “não existem tecnologias fáceis de utilizar para o seu tratamento”. Acrescentou que “o processo não é novo”, mas que “integra técnicas de outras metodologias, de modo a ser possível a obtenção de melhores resultados”.

A eficácia desta tecnologia é “medida pela biodegradabilidade do efluente”, revela a investigadora. Declara ainda que esse dado “permite perceber se o efluente é passível de ser degradado por via aeróbia ou anaeróbia”, que consiste num tratamento biológico utilizado de modo frequente. Reiterou também que existe viabilidade económica no projeto. Confessa, no entanto, que “os processos químicos são sempre mais caros que os biológicos”, mas, neste caso, “não foi necessária a utilização de equipamento muito dispendioso”. Alertou, por fim, que “não tratar os efluentes pode ter consequências mais caras”.

Esta tecnologia necessita de elevadas quantidades de ferro para ser eficiente. Posto isto, de acordo com o comunicado de imprensa, a Corbícula Flumínea é utilizada para solucionar este problema. A Corbícula trata-se de um “bivalve que é retirado dos rios e que é capaz de remover o ferro que existe na água, assim como de o reter”, explica Eva Domingues. No entanto, à luz da questão sobre a eficácia dessa técnica, a investigadora garante que esta “resolve o problema”. Conclui ao declarar que o seu uso “não revela um problema ecológico”, uma vez que “pode ser tratado por biocompustagem”.

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