Almoço de reivindicação promovido pela DG/AAC reúne comunidade nas cantinas azuis com capacetes de proteção. João Caseiro exige resposta da reitoria depois de acidente. Por Renato Duarte
No seguimento da queda da placa de betão nas escadas que dão acesso às cantinas azuis da Universidade de Coimbra (UC) na passada sexta-feira, dia 10, a Associação Académica de Coimbra (AAC) anunciou, na manhã desta segunda-feira, dia 13, uma ação de protesto no local do acontecimento. Num vídeo postado nas redes sociais do órgão, o presidente da Direção-Geral da AAC (DG/AAC), João Caseiro, convidou “toda a comunidade estudantil a estar presente” e a usar capacetes de proteção como forma de protesto.
Após o sucedido ao fim da primeira semana de aulas do segundo semestre, a DG/AAC já havia usado as redes sociais para se dirigir aos estudantes através de um comunicado. O órgão comprometeu-se em lutar sempre “por condições dignas” e pelo “aumento do investimento destinado à preservação do edificado” e, como resposta, houve comentários a questionar a suficiência do comunicado. João Caseiro esclarece que o pretendido era uma “resposta imediata ao acontecimento” e que ir além disso era complicado durante o fim de semana sem a presença dos membros da DG/AAC em Coimbra para reunir.
O presidente da DG/AAC ressalva que só após a reunião ordinária de domingo foi possível alicerçar a resposta a este problema com um plano “de um conjunto de intervenções ou ações”. A reunião com um dia de antecedência foi o que atrasou também a comunicação do almoço em forma de protesto para já perto do meio dia. Ainda assim, João Caseiro revelou que a “adesão foi mais do que a esperada” com muitos estudantes a aparecer com o seu capacete. Acredita que esta era a altura certa para realizar esta ação por ser o “primeiro dia da semana” e para que o “o tema, pela importância que tem, não saísse da ordem do dia”.
A reitoria da UC continua sem se pronunciar e o estudante revela que essa é uma das exigências que a DG/AAC fez em comunicação formal. Na conversa que teve com o reitor da UC, Amílcar Falcão, João Caseiro pediu “a responsabilização por parte da UC através de um comunicado ou de uma nota”. De revelações por parte da reitoria apenas sabe que “vão proceder com a contratação de uma empresa para fazer uma avaliação dos espaços com infraestruturas similares às das cantinas azuis”. O presidente da DG/AAC admite a complexidade da resolução do problema e associa o processo burocrático em que se transforma pela consideração de grande parte do espaço do Pólo I como património mundial da UNESCO.
Quando questionado por responsabilidades, o dirigente associativo não atribui “culpa a ninguém pelo acontecimento em si”, mas responsabiliza todas as entidades de uma forma abrangente e intemporal. Começa por nomear a UC e “até o governo, pelo subfinanciamento crónico destinado à ação social e intervenção no edificado”. Em relação à AAC admite que todos os mandatos “podiam ter feito mais para acompanhar esta matéria”.
A ordem de planos da AAC para as próximas semanas no âmbito da reivindicação por melhores condições do edificado da UC “depende das respostas dadas pela universidade”, como revela João Caseiro. O dirigente avança que este vai ser um tema obrigatório na próxima Assembleia Magna para a qual o órgão “vai levar propostas para apresentar à reitoria”. Para a AAC, o presidente da DG/AAC revela que esta passou de ser uma “preocupação para uma prioridade”.
No semestre, que agora se inicia, o estudante acrescenta como prioridades a ação social, representada num fundo novo do órgão para providenciar “bolsas de estudo a colegas que a tenham solicitado e visto o seu pedido indeferido”. Na questão política destaca que a “forma como a comissão que avaliou o atual RJIES foi constituída” merece atenção. Acrescenta ainda um caderno de encargos para o novo mandato reitoral que a DG/AAC está a desenvolver em consonância com a reeleição de Amílcar Falcão e justifica que “mesmo sendo o mesmo reitor, vai ser um novo reitorado e existe, portanto, um novo plano de ação”.
