Ensino Superior

É oficial: Cortejo retorna à terça-feira

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COQF torna oficial alteração do dia do cortejo da Queima das Fitas. Dux veteranorum apela à contestação da intransigência da CMC. Por Frederico Cardoso

A Comissão Organizadora da Queima das Fitas (COQF) tornou oficial às 19 horas de hoje a alteração do dia do Cortejo da Queima das Fitas. Apesar da posição contra do Conselho de Veteranos da Universidade de Coimbra – Magnum Consilium Veteranorum (MCV), a festividade foi adiada para 23 de maio, terça-feira, ao invés do habitual domingo.

A alteração prende-se com o facto de a Câmara Municipal de Coimbra (CMC) não querer “arriscar” que o cortejo ocorra no mesmo dia que o concerto dos Coldplay, informa Carlos Missel, coordenador-geral da COQF. Segundo o município, a cidade não consegue suportar, em conjunto com o cortejo, “a enorme afluência esperada”, como clarifica o responsável pela COQF.

Apesar de o MCV ter deliberado no sentido contrário à decisão camarária, a posição da COQF passa por, nas condições existentes, “realizar sempre o cortejo”, indica Carlos Missel. O descontentamento dos estudantes e da própria COQF é “sentido pela CMC”, garante o coordenador-geral.

Para Matias Correia, dux veteranorum, o MCV quis manter a data inicial de domingo para “marcar uma posição”. O representante máximo dos veteranos da Universidade de Coimbra (UC) revela que a CMC, ao longo dos anos, tem tomado as suas decisões “de forma unilateral, sem consultar os estudantes”.

A alteração da data “não causa transtorno” à população de Coimbra nem ao seu comércio, explica Matias Correia. Cada vez mais, segundo o dux, o executivo municipal “limita cada vez mais a festa aos estudantes, sem se mostrar aberta a acordos”. O cortejo, que vai decorrer nos mesmos moldes que nas anteriores edições, é “uma atividade popular onde os estudantes e os carros alegóricos se vão manifestar”, em relação à sua “intransigência constante”, avisa.

Sobre a submissão dos estudantes à palavra da CMC, o dux utiliza como exemplos a mudança do trajeto do cortejo e a tentativa de mudança do local do Baile de Gala, que nos últimos anos se realizou no pavilhão Mário Mexia. “Todos os anos é feito um pedido, sempre recusado, para o evento se realizar no Convento São Francisco”, reforça Matias Correia. Já Carlos Missel assegura que o Baile de Gala está a ser “revisto, em conversa com a CMC”, para potenciar o evento e elevar a adesão ao mesmo. A comunidade estudantil manifesta opiniões díspares no que toca à alteração do dia da festividade. Para Ana (nome fictício), o cortejo a um domingo permite uma maior adesão de familiares, ao passo que João (nome fictício) prefere a sua realização à terça-feira, visto que “faz mais sentido a nível tradicional”. Contudo, ambos concordam que os dois dias têm as suas vantagens e que a CMC devia, no que toca à realização de eventos, “olhar para os estudantes, em primeiro lugar”.

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