Organizadores querem atrair mais pessoas para movimento climático. Islene Façanha defende que união reforça luta. Por Daniela Fazendeiro
A oitava edição do Encontro Nacional pela Justiça Climática (ENJC) tem lugar em Coimbra nos dias 10 e 11 de fevereiro. No primeiro dia as atividades realizam-se no Atelier A Fábrica e, no seguinte, os participantes dirigem-se ao Departamento de Física da Universidade de Coimbra. A organização do evento está ao cargo de 14 associações e coletivos, das quais o Climáximo e a Zero fazem parte, e é apoiada por mais 11 organizações, como o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.
O ENJC foi criado pelo coletivo Climáximo em 2016 com o objetivo de “seguir o quadro político em direção a uma maior justiça climática”, afirma Islene Façanha, membro da associação Zero. Segundo a ativista, a mudança de localização do evento de Lisboa para Coimbra visa atingir um movimento mais centralizado a nível nacional.
Islene Façanha acredita que ter mais jovens a participar na luta climática nacional é uma meta de muitas organizações. Nesse sentido, defende que é necessário unir esforços e criar pontos de trabalho conjunto para alcançar esse objetivo, pois “nenhuma organização consegue fazer o trabalho sozinha”.
A diversidade dos temas das sessões é apontada como uma das novidades que os participantes podem esperar desta nova edição do ENJC. Para Islene Façanha, também a abundância de entidades “fortalece a luta porque cada uma traz a sua experiência e torna, assim, o evento num espaço de partilha de conhecimento”.
A ativista explica que a estratégia de divulgação do encontro foi desenvolvida de modo a alcançar pessoas fora do movimento climático e assume, com entusiasmo, que resultou. A adesão ultrapassou as expetativas iniciais e o evento conta já com 300 pessoas inscritas. Islene Façanha esclarece também que o financiamento do ENJC foi feito através de pré-eventos, doações e contribuições de organizações.
Segundo a membro da Zero, a associação entende que a luta pela justiça climática é imprescindível porque se trata de uma crise humana e política. Por conseguinte, “as soluções precisam de ter em conta o universo complexo e conturbado da política global”, reitera. Por fim, a ativista acrescenta que é fundamental perceber o impacto distinto das alterações climáticas nas diferentes partes do mundo. Afirma ser necessário uma transição climática em prol da sustentabilidade e que “não deixe ninguém para trás”. Reforça ainda que “sem a união e sem espaços de diálogo é difícil avançar na luta climática”.
