Ciência & Tecnologia

Novo mestrado internacional na UC

Miguel Santos

Mestrado em Geociências Planetárias vai ter lugar no próximo ano letivo numa colaboração entre UC, Universidade de Nantes, d’Annunzio, do Porto e de Pádua. Candidaturas estão já abertas até fevereiro. Por Miguel Santos

Novo mestrado é da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e está inserido no projeto “Erasmus Mundus”. Devido a esta parceria, os alunos que ingressarem, vão ter a oportunidade de estudar em diferentes países. O curso tem a duração de 2 anos e tem como um dos seus objetivos proporcionar aos estudantes uma preparação sólida, em ambiente colaborativo. O “Erasmus Mundus Joint Masters” (EMJM) em Geociências Planetárias vai reunir práticas de ensino inovadoras, com foco no uso de novas tecnologias e realidade virtual.

Os futuros estudantes deste curso vão poder interagir com empresas tecnológicas ligadas ao desenvolvimento de instrumentação e serviços para a indústria espacial. De acordo com a nota enviada à imprensa, este é um curso “numa área com crescente procura por parte de empregadores, quer para investigação quer para desenvolvimento de tecnologia”. Duas dezenas de instituições dão apoio ao projeto, entre universidades, laboratórios de investigação e agências espaciais, distribuídas pelo globo.

A UC vai ser responsável pela introdução às ciências planetárias, processamentos de imagem e ferramentas computacionais e também análise de dados. Vai ser, de igual modo, encarregue da supervisão de teses de mestrado no âmbito. As aulas vão ter lugar no Departamento de Física, assim como nos departamentos de Matemática e de Ciências da Terra.

Em relação às expectativas de adesão ao mestrado, a professora Alexandra Pais, professora no Departamento de Física da FCTUC e coordenadora do projeto na UC, declara serem “boas”, tendo em conta que, de acordo com a mesma, o montante das bolsas revelar-se “significativo”. O financiamento parte da Comissão Europeia e permite abrir 15 vagas anuais de valores “atrativos”. A docente prevê o preenchimento total das vagas do mestrado, que são 15 para bolseiros e 3 para candidatos de financiamento próprio.

A UC não conta com outro mestrado semelhante, pelo que a professora Alexandra Pais afirma que “a área não está muito desenvolvida na Universidade”. Segundo a mesma, este mestrado “veio permitir agregar cadeiras relacionadas e organizá-las em torno de um mestrado específico” que se foca em torno do Sistema Solar, mas que não esquece “a importância de explorar exo-planetas”.

O mestrado foi “desenhado” no seio de um consórcio que envolveu docentes e investigadores das universidades de Coimbra, Nantes, D’Annunzio, Porto e Pádua. Existe há 6 anos e formou-se a partir do contacto entre investigadores que se conheciam de colaborações existentes e que partilhavam a ideia de vir a criar um mestrado internacional na área. Os membros do consórcio concorreram a vários programas de financiamento e conseguiram-no no projeto “Erasmus Mundus” através de ajuda europeia.

Para entrar neste mestrado é aconselhado, como declara a professora Alexandra Pais, “ter licenciaturas na área da Física, Geociências ou Ciências da Terra”. Ainda assim, de acordo com a docente, o curso é “bastante multidisciplinar”, na medida em que “há lugar para candidatos provenientes de diferentes licenciaturas”. A docente do Departamento de Física, neste sentido, apontou ser necessário um “bom currículo”, que se traduz em “alguma experiência de investigação, com artigos publicados, ou trabalhos feitos em estágios de licenciatura”.

O programa do mestrado inclui um primeiro semestre na UC, um segundo em Itália, o terceiro em Nantes e o último é dedicado à tese final, cujo tema vai ser escolhido a partir de uma lista pré-existente. A professora Alexandra Pais afirmou que os estudantes que ingressarem neste mestrado “vão sair com uma formação que lhes vai permitir seguir uma carreira de investigação, relacionada com missões espaciais, ou um percurso mais ligado à vertente empresarial”.

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