Lista D é única candidata ao CGUC pelo 3º ciclo. Inclusão, financiamento e política universitária são valores fundamentais. Por Matilde Dias e Daniela Fazendeiro
Luís Silva, doutorando em Governação, Conhecimento e Inovação na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC), apresentou a sua candidatura ao Conselho Geral da Universidade de Coimbra (CGUC). A Lista D – Em Defesa dos/as Doutorandos/as, candidata pelo 3º ciclo, propõe-se a “defender os interesses das/os cerca de 3000 estudantes de doutoramento”, como publicitado nas redes sociais.
O cabeça de lista identificou o passado na política universitária, a participação no Núcleo de Estudantes de Doutoramento (NEDUC) e o desejo de representar os estudantes de 3º ciclo como as motivações por de trás da sua candidatura. De acordo com Luís Silva, os quatro pilares que sustentam o programa da Lista D remetem para o trabalho iniciado pelo NEDUC em 2016.
Para o candidato, a preocupação de maior destaque no pilar da inclusão e bem-estar é a de criar um melhor acolhimento dos estudantes nacionais e internacionais. Desse modo sugere a disponibilização de informação mais esclarecedora nos ‘websites’ da UC e um melhor acompanhamento dos académicos. Uma das propostas apresentadas pela Lista D para auxiliar nesta questão é a criação de um novo programa, que consiste na receção e orientação por pares.
Luís Silva salienta a importância da política universitária e manifesta o seu desagrado quanto à representação minoritária do 3º ciclo no CGUC. Declara que “um estudante de 3º ciclo num corpo de 35 elementos é pouco para representar as necessidades dos 3500 alunos de doutoramento”. Quanto ao financiamento, infraestruturas, serviços e sustentabilidade, o estudante pretende discutir a inclusão dos doutorandos nos apoios aos serviços. Na sua visão, “apesar da discussão sobre a sua condição de alunos ou investigadores”, afirma que devem ser abordados como “estudantes da UC”.
Luís Silva destaca a inclusão e o bem-estar, a situação das bolsas e dos vínculos contratuais, os serviços académicos e a sustentabilidade como as principais preocupações a curto prazo. A lista pretende também criar conversações com as vice-reitorias e diretores de serviços da UC, com o intuito de perceber o estado atual das políticas para o 3º ciclo e o que pode ser melhorado.
A médio e longo prazo, os membros da lista tencionam sensibilizar a comunidade estudantil para a discussão da universidade que ambicionam. O doutorando acredita que se a UC quer ser “baseada em ciência” tem de procurar atrair “os melhores” e todos os que querem fazer a sua investigação na casa. Embora não considere que as preocupações dos estudantes de 3º ciclo são esquecidas pela UC, reconhece que “há circunstâncias que podem ser melhoradas”. A participação nos Conselhos Científicos de cada faculdade e a padronização do valor pago nas residências universitárias, são alguns exemplos.
O candidato reforça o sentimento “agridoce” de encabeçar a única lista candidata pelo 3º ciclo de estudos. A impossibilidade de discutir a Universidade com listas opostas é um ponto a lamentar na visão de Luís Silva. No dia 6 de dezembro vai ocorrer uma reunião com o objetivo de auscultar a massa estudantil quanto às propostas da comunidade do 3º ciclo, o quarto pilar da candidatura, e onde vão apresentar uma proposta de alteração dos Estatutos da UC.
Além de Luís Silva, a Lista D é constituída por Sara Diogo e Denner Nunes, estudantes da Faculdade de Ciências e Tecnologia, Marta Graça, estudante da Faculdade de Direito e Helena Grangeia, estudante da Faculdade de Farmácia da UC. As eleições para o CGUC vão decorrer no dia 13 de dezembro.
