Cultura

Espírito natalício em destaque para os 142 anos do Orfeon

Bruna Santa

“Se a Neve Falasse” une música, poesia e encenação. Abertura do espetáculo homenageia Ucrânia com “Carol of the Bells”. Por Mateus Araújo e Bruna Santa

Na próxima quinta-feira, dia 7 de dezembro, o Orfeon Académico de Coimbra (OAC) vai exibir um espetáculo alusivo à quadra, no Teatro Académico Gil Vicente (TAGV). Com o título “Se a Neve Falasse”, pelas 21h30, o público vai poder presenciar a união entre notas musicais e poesias.

Segundo o maestro do Orfeon, Artur Pinho Maria, o concerto procura “contar uma história do passado para o presente, centrada em três gerações”. Assim, remonta ao “pensamento natalício da neve” através dos poemas de Miguel Torga e outros autores portugueses. A presidente do OAC, Teresa Aguiar, evidencia a existência de “músicas intercaladas com elementos de encenação” por Mário Canelas.

Com o objetivo de valorizar manifestações artísticas conimbricenses, profissionais e amadoras, o evento inscreve-se na quarta edição do ciclo de música anual Orphika. A designação é proveniente da divindade mitológica grega Orfeu, conhecida pela sua mestria no universo artístico. A integração do OAC no ciclo musical “deveu-se ao enquadramento temporal e ao apoio fornecido pela reitoria da Universidade de Coimbra”, explica Teresa Aguiar.

A escolha das músicas, como revela o maestro, alicerçou-se no destaque que pretendeu dar ao músico português Fernando Lopes-Graça. Não obstante os quatro números da primeira cantata do compositor, Artur Pinho Maria salienta que a abertura vai ser uma homenagem à Ucrânia, através da apresentação de “Carol of the Bells”, composta em 1914.

Felipe Salles, membro do OAC, declara que “os ensaios já estão nos últimos preparativos, com canções muito bonitas”. De acordo com Artur Pinho Maria, a assiduidade do coro tem sido marcante neste período. O maestro frisa ainda o interesse que um espetáculo deste género apresenta: “não é só um simples concerto, inclui encenação, poesia, e uma lógica que gira em torno de uma narrativa”.

Os orfeonistas revelam a ambição de alcançar o maior público possível. Por outro lado, realçam a importância de demonstrar o esforço e dedicação empreendidos no trabalho musical realizado ao longo dos ensaios. Assim, Teresa Aguiar confessa que o que se pretende é “poder fazer música e arte próprias em palco e obter reconhecimento”.

Este ano, no dia 7 de dezembro, assinalam-se os 142 anos da primeira apresentação do grupo musical, data em que muitos dos antigos orfeonistas assistem ao espetáculo proporcionado. A presidente do OAC advoga que “a participação de todos é fundamental para criar um momento de união intergeracional”.

A divulgação do espetáculo decorre através da distribuição de cartazes pela cidade, mas também nas redes sociais do Orfeon. O organismo planeia ainda outras apresentações com o Coro Sinfónico Inês de Castro, o Coro Académico da Universidade do Minho, a Tuna Académica de Lisboa e o Coro da Universidade de Princeton, dos Estados Unidos.

Teresa Aguiar estende o convite a todos os interessados a juntarem-se ao grupo e participarem num ensaio. Todas as segundas e quartas-feiras, das 21h30 às 23h30, a porta da Sala Raposo Marques, no 1º piso da Associação Académica de Coimbra, está aberta, o único requisito é ser estudante do Ensino Superior em Coimbra.

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