Falta de adesão, horário e descentralização da Assembleia continuam a ser debatidos. Candidatos consideram voto seccionista “controverso”. Por Patrick Pais e Iara Sotto Mayor
Decorreu esta quarta-feira, nove de novembro, pelas 18h, o debate entre as duas listas candidatas à Mesa da Assembleia Magna (MAM/AAC). O evento teve lugar no Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV) e contou com a moderação de Luísa Mendonça, membro do Jornal A Cabra, e João Dias, membro da RUC.
Os candidatos, Gonçalo Pardal, pela lista S – Sentir Académica, e João Maduro, da lista E – Estudantes Primeiro, discutiram as suas propostas para o futuro da Académica. Quando questionado sobre o motivo da sua candidatura, João Maduro respondeu que esta se deve à sua experiência em magnas anteriores e aos “frutos colhidos” nas mesmas. Já Gonçalo Pardal defende que a Assembleia Magna (AM) representa “um poder supremo no seio da academia” e sublinha que o trabalho do passado deve ser continuado. Salienta ainda a confiança no projeto da sua lista, que se baseia nos valores de estabilidade e de agregação.
Um dos temas centrais do debate prendeu-se com o número de magnas existentes e os horários das mesmas, questões às quais os candidatos concordaram que uma das soluções poderia passar pelo aumento do número de AM por ano letivo. Ambos consentiram que, desta forma, todos os alunos podem ter a possibilidade de dar a sua opinião, pois, de acordo com João Maduro, “é limitativo ter uma AM com tantos assuntos num dia”.
Foram também abordadas as questões da descentralização das AM e a disponibilidade de espaços para a realização das mesmas, temas em que, mais uma vez, ambos os candidatos revelam uma opinião semelhante. João Maduro assume como hipótese a medida proposta pelo candidato rival de realizar um protocolo entre a MAM/AAC, DG/AAC e Câmara Municipal de Coimbra para a disponibilização de transporte gratuito nos horários em que se realizam as AM, acrescenta também que a AAC dispõe de um autocarro que poderia ser posto à disposição dos estudantes para o efeito. Quanto à disponibilidade de espaços, ambos concordam que as questões logísticas são um entrave. No entanto, defendem que locais como o TAGV e o Café Santa Cruz são soluções viáveis e, por isso, é necessário manter boas relações com as entidades que gerem esses espaços.
A falta da adesão dos estudantes às AM representam também um problema. Como solução, os dois candidatos ao órgão máximo deliberativo da AAC defendem uma maior articulação com os estudantes e com as secções e núcleos para que estes tenham um papel de maior proximidade na divulgação. Gonçalo Pardal refere ainda que “na academia, a palavra dos associados tem peso e relevância”.
A parte final do debate foi marcada pela discussão do direito ao voto seccionista, um assunto que ambos classificam como “controverso”. O Candidato pela Lista S mostrou-se relutante à resposta, uma vez que é um tema “sensível” e que, neste momento, se encontra a decorrer uma revisão dos estatutos. Já o representante da Lista E acrescenta apenas que essa assembleia é “um excelente exemplo do que os estudantes conseguem quando se juntam a uma causa”.
O debate terminou com um apelo ao voto “consciente e informado” por ambos os candidatos. As eleições para os órgãos gerentes da AAC, Direção-geral e Mesa da Assembleia Magna, decorrem a 17 de novembro.
