Ensino Superior

Repúblicas aproximam-se de estudantes com feijoada

Iara Sotto Mayor

Ação social surge com intuito de aproximar comunidade estudantil às casas históricas. Residente considera que “estudantes têm uma ideia incompleta daquilo que pode ser uma república”. Por Hugo Marques e Maria Inês Pinela

No dia 29 de novembro, pelas 13 horas, junto às cantinas azuis realizou-se um “Almoço Comunitário”, que consistiu numa distribuição de refeições de forma gratuita para os estudantes. A ação social contou com a colaboração de seis repúblicas, entre as quais, a Real República Prá-Kys-Tão, Rápo-Táxo, Ay-ó-Linda e as Repúblicas Kuarenta, Kágados, Baco, Marias do Loureiro e dos INKAS.

As repúblicas de Coimbra, conhecidas por serem casas históricas, caracterizam-se pela sua gestão própria. Organizam eventos ao longo do ano, de forma a receber a comunidade estudantil. Kali, integrante da Prá-Kys-Tão, refere que “às vezes há sessões de cinema, tardes de jogos, entre outras”.

Joana, residente da República dos Kágados, expõe o mote da iniciativa da seguinte forma: “verificamos que muitas vezes os estudantes têm uma ideia incompleta daquilo que pode ser uma república”. A par disso, considera que a função social das repúblicas “é muito importante”.

Ao contrário do que parte da comunidade estudantil interpretou, o evento “não é uma manifestação, porque não há reivindicações em concreto”, reitera Joana. A ação tem como objetivo fundamental promover o diálogo entre repúblicas e estudantes. Para Kali, a pandemia foi um fator que levou a quebras geracionais. O residente da Prá-Kys-Tão confessa ter sentido durante o confinamento uma perda do andamento normal entre as diferentes gerações.

Os residentes presentes no evento apontam as infraestruturas como um problema das repúblicas, mas não o único. Kali explica que, como algumas casas são de proprietários privados, não contam com a proteção das que usufruem de apoios públicos, o que gera instabilidade.

Almoçar e jantar nas cantinas todos os dias tem um valor superior a 90 euros mensais. Joana, dos Kágados, refere que “esse custo é superior àquele que teriam se fossem comensais numa república”. No caso da Prá-Kys-Tão, Kali conta que um membro dispensa não mais que “50 euros” por mês. Declara ainda que na sua casa “há a flexibilidade no que toca à comunicação das possibilidades financeiras das pessoas”.

Para os membros das repúblicas presentes, o apoio da comunidade estudantil é crucial para o desenvolvimento destas atividades e caracterizam este evento como “positivo”. Joana e Kali afirmam que estas atividades são momentos de convívio e aproximação entre os residentes e os estudantes.

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