Candidatos lamentam elevada taxa de abstenção. Cabeças de lista pretendem continuar presentes no associativismo da casa. Por Mariana Neves
Ontem, 17 de novembro, decorreu mais uma eleição para a presidência da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC). Saíram derrotados da noite eleitoral Wilson Domingues com 378 votos e Gonçalo Lopes com 272 votos. João Caseiro saiu vencedor com 2407 votos do eleitorado, numa eleição pautada por uma forte abstenção.
A lista E – “Estudantes Primeiro”, liderada por Gonçalo Lopes, estudante da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (FDUC) conseguiu 8,9 por cento dos votos. O candidato valoriza todos os votos que conseguiu e considera-os “conscientes e significativos”. O estudante da FDUC frisa ainda que a sua lista não é apenas uma campanha ou um ato eleitoral, mas sim “um projeto que se prolonga no tempo”. Neste sentido, os representantes da Lista E vão continuar nas Assembleias Magnas com o objetivo de aproximar a AAC dos estudantes.
Wilson Domingues mostra-se satisfeito com o resultado e considera ter sido uma pequena vitória para a lista P – “Parem de EmPatar”. A equipa do também estudante da FDUC atingiu os 12,4 por cento dos votos, o que mostra que “o pato tem força e pode ser ouvido”, segundo o candidato. Destaca ainda a importância da sua candidatura para dar voz a questões que não têm merecido tanta atenção por parte das Direções-Gerais, mas que garante serem “reais e que precisam de uma solução”.
Wilson Domingues destaca o tema da propina internacional como um dos tópicos mais controversos durante a sua campanha. Apesar da sua controvérsia, o candidato garante que os estudantes internacionais se sentiram representados, uma vez que este assunto “não é discutido”.
Gonçalo Lopes afirma que a subida na taxa de abstenção “é um momento triste para a AAC” e reforça que “nenhum candidato pode ficar contente com este resultado”. Wilson Domingues também se mostrou descontente, por não conseguir alcançar uma das suas metas – “empatar com a abstenção”. O candidato pela lista P acreditava que uma alternativa à abstenção encontrava-se em lutar por quem não é representado, o que não se verificou.
Uma das justificações apresentadas por Gonçalo Lopes para a elevada taxa de abstenção assenta na falta de disponibilidade dos estudantes para atividades fora da faculdade. Gonçalo defende que lutar contra a ausência de voto é “um trabalho constante, que deve ser feito durante o ano” e reforça ainda que a DG/AAC tem um papel fundamental de tornar a casa mais próxima dos estudantes. O representante da lista E acredita que a Comissão Eleitoral poderia ter feito um melhor trabalho e deixa uma nota para que a nova DG/AAC trabalhe no sentido de diminuir a abstenção.
Ambos os candidatos congratulam o atual presidente pela vitória. Gonçalo Lopes espera que o futuro mandato de João Caseiro seja melhor do que o anterior, mas não coloca muitas expetativas, uma vez que acredita que “as coisas vão-se manter mais ou menos iguais”. Wilson Domingues espera que o atual presidente tenha ouvido as propostas defendidas pela Lista P e consiga limpar o lago para que haja melhores condições.
Apesar da derrota, Gonçalo Lopes promete continuar a marcar presença no associativismo da casa e a colocar os interesses e direitos dos estudantes em primeiro lugar. Wilson Domingues pretende continuar na luta de dar voz a quem não a tem e a representar quem não se sente representado.
