Estudante realça importância de os estudantes se manifestarem “na rua”. Permanência e participação ativa da AAC no ENDA é pauta a defender. Por Daniela Fazendeiro e Margarida Verdade
Gonçalo Lopes anunciou, no dia 3 de novembro, a vontade de ser eleito o próximo presidente da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC). O estudante de Direito avança com uma lista de oposição num “momento marcado pelos retrocessos dos últimos anos” e “ataque aos direitos basilares dos estudantes”. A candidatura da Lista E – “Estudantes Primeiro” é a segunda a ser apresentada, depois da de João Pedro Caseiro, que encabeça o projeto de continuidade da Lista S – “Sentir Académica”.
O candidato relembra que a situação económica atual agrava o desrespeito aos direitos estudantis e o objetivo de os ajudar deve motivar qualquer projeto a candidatar-se. Avançou ainda que, a seu lado, o projeto vai apresentar também uma candidatura à presidência da Mesa da Assembleia Magna (MAM/AAC).
A Lista E apresentam-se como a alternativa e propõe-se a “dirigir a casa de uma maneira diferente”. O estudante de Direito defende que o projeto é “o melhor para a AAC”, porque o que os move não são “ambições pessoais”, mas os problemas dos estudantes e, nesse sentido, promete protegê-los.
A candidatura baseia-se na “união em torno de lutas”, que vão desde a ação social e condições das residências aos “problemas das condições materiais das faculdades”. Gonçalo Lopes aproveitou a publicação para vincar a posição que adotou em Assembleia Magna quanto à saída do Encontro Nacional de Direções Associativas (ENDA): “É necessário, perante o momento atual, que a unidade entre todos os estudantes do país seja defendida e fortalecida, a começar pela intervenção determinante da AAC.”
O candidato lamenta que a tutela das pastas da ação social escolar não pertença à AAC, contudo salienta o papel essencial da mesma na resolução dos problemas. Ainda na mesma linha de raciocínio, frisou as “filas imensas para os estudantes conseguirem comer”, a “falta de pagamento por numerário nas cantinas” e reforçou que o diálogo com as instituições responsáveis não é suficiente. “Não existe absolutamente nenhum retrocesso que seja combatido se os estudantes não estiverem na rua”, reitera.
Segundo Gonçalo Lopes, “a proximidade, a combatividade e a unidade” são pilares primordiais da Lista E. O mesmo explica que a proximidade com os estudantes, a conversa e a discussão com os mesmos são fulcrais para compreender os seus problemas. Aponta ainda que as questões da luta estudantil só vão ser resolvidas se todos os estudantes se unirem e manifestarem. Defende assim uma unidade a nível regional e nacional.
O candidato acrescenta que a AAC deve permanecer e participar de forma ativa no ENDA. Em alternativa visa que a casa pare de participar em plataformas ou movimentos que “apenas contribuem para divisionismos dentro daquilo que é o movimento associativo nacional”. Neste sentido, Gonçalo Lopes critica a falta de participação ativa da Académica nos últimos ENDA: “se a AAC for para o ENDA e não colocar as suas questões, não intervir ou participar de forma ativa na discussão, a sua presença no encontro não acrescenta nada à resolução dos problemas”, comenta.
Sobre preocupações para o futuro imediato, o candidato menciona o fim da propina e a falta de acesso a alojamento que tem assolado os estudantes de “maneira brutal”. Na sua opinião, quando somados a situações financeiras de grande dificuldade, estes problemas podem ser a causa de 11,6 por cento dos 50 mil estudantes colocados através do Concurso Nacional de Acesso não se terem matriculado na primeira fase.
O estudante de Direito destaca a participação dos estudantes na AAC e a ida às Assembleias Magnas como passos fundamentais para a resolução das ofensas aos seus direitos. No entanto, reconhece que é “fundamental uma casa que esteja ao lado dos estudantes”, algo que acredita que “não tem acontecido na maioria dos casos”. Por fim, Gonçalo Lopes quis deixar a mensagem que, caso seja eleito para a presidência da DG/AAC, vai colocar “os estudantes em primeiro lugar” pois acredita num “Ensino Superior justo, gratuito, de qualidade e democrático para todos”.
O prazo das candidaturas para a presidência da DG/AAC e da MAM/AAC termina hoje, dia 4 de novembro, às 23h59. A eleição vai ter lugar no dia 17 de novembro, com voto antecipado dia 14.
