Saída da AAC do ENDA volta a ser debatida. Candidatos oferecem respostas para situações das repúblicas e da propina. Por Patrick Pais e Iara Sotto Mayor.
Os candidatos à Direção Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC), João Caseiro da Lista S, Wilson Domingues da Lista P e Gonçalo Lopes da Lista E, juntaram-se no Teatro Académico Gil Vicente para debater as propostas apresentadas. Evento decorreu pelas 19h15 desta quarta-feira, dez de novembro, e contou com a moderação de Helena Pais, membro da RUC e Luísa Mendonça, membro do Jornal A Cabra.
O atual presidente da DG/AAC, João Caseiro, recandidata-se pela Lista S- “Sentir Académica”, num projeto de “continuidade”, baseado em seis áreas de ação: cultura, desporto, pedagogia e formação; Intervenção cívica e cidadania; Administração e gestão; e política. Em relação à cultura, o candidato prometeu financiar as secções culturais da Associação Académica de Coimbra (AAC) com verbas provenientes do contrato que a Associação tem com a Universidade de Coimbra. Destacou também a continuidade na aposta no projeto “ValorizAACultura” e apontou para uma maior aproximação das estruturas aos estudantes. Já sobre o desporto, João Caseiro considerou fulcral reabilitar alguns espaços desportivos da cidade, sobretudo o Pavilhão Jorge Anjinho e o Campo de Santa Cruz.
Quanto ao tópico da intervenção cívica, o atual dirigente da DG/AAC revelou a vontade de colaboração com novas entidades de forma a combater os diversos problemas ao nível da saúde e do ambiente. Ao nível da administração, o candidato indicou como principal objetivo a renovação do edifício e a otimização dos recursos com a finalidade de atrair novos parceiros comerciais para o piso zero da AAC.
Pela Lista P, sob o lema “Parem de EmPatar” , Wilson Domingues apresentou a sua candidatura sob os pilares do empreendorismo, juventude e biodiversidade. No que toca ao pilar do empreendedorismo, defende que a AAC e UC precisam de se focar no seu potencial: comercializar os seus espaços, privatizar. No que diz respeito ao segundo pilar, afirma que juventudes partidárias devem ter um espaço importante na AAC e na DG/AAC onde possam reforçar a coesão e cooperação entre elas.
Por fim, quanto ao pilar da Biodiversidade, considera que não faz sentido haver discrepância tão grande entre a propina internacional e nacional. Segundo o candidato, o Pato, o seu regente, está “habituado a viver num lago com bastante diversidade onde têm todos a mesma igualdade”. Este candidato defendeu também a ideia do ensino à distância para combater a falta de habitação, e diz que a “melhor forma de combater a oferta é reduzir a procura”, assim como a troca do prato social que considera “obsoleto” por ‘kebabs’.
Por sua vez, Gonçalo Lopes, candidato à DG/AAC pela lista E- “Estudantes Primeiro”, destaca o seu projeto por não se cingir apenas “a uma ou duas bandeiras”. Segundo o candidato, a sua lista é a verdadeira alternativa pois visa conduzir a casa “num caminho pela qual nunca foi dirigida”. Para o representante da Lista E, a combatividade é um pilar essencial para o projeto, e refere que “é através da combatividade dos estudantes e da manifestação que isso se consegue”. Neste sentido entra em discordância com o seu rival da Lista S, João Caseiro, que defende que o diálogo é a melhor forma de alcançar as vitórias dos estudantes. Segundo Gonçalo Lopes, “o diálogo é uma peça importante, mas não é a peça essencial”, dando o exemplo da manifestação ocorrida no ano passado pela oferta do prato social nas cantinas rosas.
O candidato menciona ainda que o fim da propina, assim como o emolumento de taxas e a falta de acesso a alojamento que tem assolado os estudantes, são algumas das suas preocupações no futuro imediato. “Enquanto projeto, não defendemos a propina zero, defendemos o fim imediato da propina”, diz. Para Gonçalo Lopes, “a existência de uma propina zero implica a existência de uma propina e implica que ela possa subir”.
A participação no Encontro Nacional de Direções Associativas (ENDA) foi também um dos temas de destaque no debate. Neste ponto, surgiu alguma divergência de opiniões entre os candidatos, especialmente entre o candidato da Lista S e o da Lista E. Para João Caseiro, a participação no ENDA não faz sentido pois sente que a academia não está “corretamente representada” e justifica dando o exemplo de “uma academia com 25 000 estudantes” não poder ter a mesma importância que uma com um número inferior. Por sua vez, Gonçalo Lopes mostra-se a favor da participação neste encontro, uma vez que “é necessário, perante o momento atual, que a unidade entre todos os estudantes do país seja defendida e fortalecida, a começar pela intervenção determinante da AAC.”
O tema das repúblicas foi outro dos assuntos trazidos no final do debate, ao que Gonçalo considera que, apesar dos programas de apoio existentes, estes são insuficientes. Outra das problemáticas recai nos Serviços de Ação Social da UC que apenas garantem a distribuição de alimentos às mesmas a cada 15 dias. Por sua vez, João Caseiro estima o programa aprovado pela Câmara Municipal e frisa que foi através do diálogo e da diplomacia que este foi alcançada. Acrescenta ainda que as repúblicas são independentes, mas diz querer estar ao lado das mesmas e prestar apoio sempre que necessário. Por sua vez, Wilson afirma ter uma proposta específica que passa pela inclusão das repúblicas nas rotas turísticas, de forma a reverter as verbas para obras nas mesmas.
O debate terminou com um discurso de cada um dos candidatos, um grasnar de pato e um apelo ao voto. As eleições para a DG/AAC decorrem na próxima quinta-feira, 17 de novembro.
