Encontro extraordinário manteve modelo de votação. Dirigente declara que saída “não significa sair do movimento estudantil nacional”. Por Margarida Verdade
No passado sábado, dia 11 de novembro, decorreu, em Aveiro, o Encontro Nacional de Direções Associativas (ENDA) extraordinário. Em discussão esteve a problemática do modelo de voto utilizado. João Caseiro, presidente da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC) confessou considerar o modelo “arcaico” e “pouco representativo” da realidade do ensino superior. Na última Assembleia Magna, os estudantes de Coimbra votaram a saída caso o modelo de votação não fosse alterado, uma vez que “não representa de forma justa os estudantes”, reitera o dirigente.
O presidente da DG/AAC defende um modelo de voto proporcional, ou seja, “se uma associação representa um certo número de estudantes, deverá ter um número de votos equivalente a esses mesmos estudantes que representa”. No novo modelo proposto, a cada milhar de estudantes, teríamos um voto, pelo que a AAC teria direito a 25 votos. É defendido, assim, o modelo dual, que passa pela votação atual, ou seja, um voto por associação, mas também por este voto em proporção, de modo a chegar a um resultado mais consensual. João Caseiro afirma existir uma “má vontade” vinda das estruturas que votaram contra esta alternativa de voto porque o mesmo acaba por ser “o equilibrar das duas vontades”. Se se mantiver igual, o modelo de votação acaba por ser “prejudicial a estruturas como a AAC” e por “beneficiar as federações”, de acordo com o representante da Académica.
O dirigente acredita que outras associações que se sentem “mal representadas”, vão também deixar de comparecer no encontro, o que o vai enfraquecer enquanto plataforma. Segundo João Pedro Caseiro, este encontro acaba por ser um “espaço de discussão centralizado em duas/três federações” e não um “fórum onde se discute a verdadeira realidade do ensino superior”. Acredita, então, que, com o abandono destas instituições, o ENDA vai perder a força e a credibilidade, uma vez que são várias as estruturas que vão deixar de participar neste fórum.
O resultado das sondagens A Cabra/RUC indicou que 55,7 por cento dos estudantes defendem a permanência no encontro. A propósito, João Caseiro menciona que “todos os estudantes podem participar numa Assembleia Magna, discutir, de novo, o assunto e demonstrar opinião em relação a esta problemática”. Neste sentido, defende a importância de elucidar os estudantes sobre o que é o encontro e os motivos da saída do mesmo e, se necessário, realizar uma nova votação.
O atual presidente enfatiza que “a AAC não vai deixar de estar presente nas lutas pelos estudantes” e não vai ter “uma posição menos participativa naquilo que é a discussão dos assuntos relativos ao ensino superior”. Conclui ao declarar que a “Académica vai participar, da mesma forma, no movimento nacional estudantil e na defesa e proteção dos direitos dos estudantes”.
