Ensino Superior

SF/AAC e organismos autónomos ausentes do sarau

Grupos repudiam falta de condições para atuar no Sarau da Festa das Latas e Imposição de Insígnias. Segundo presidente da SF/AAC, trata-se da primeira vez que evento ocorre “antes do início oficial da Festa das Latas”. Por Sofia Variz Pereira

No dia 3 de outubro foi exposto um comunicado que denuncia a falta de condições do Sarau da Festa das Latas e Imposição de Insígnias. O documento foi assinado pela Secção de Fado da Associação Académica de Coimbra (SF/AAC), pelo Coro Misto da Universidade de Coimbra (CMUC), pelo Orfeon Académico de Coimbra (OAC) e pela Tuna Académica da Universidade de Coimbra (TAUC). O administrador da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC) e membro da Comissão Organizadora da Festa das Latas, Rodrigo Marques, informa que “as condições foram aprovadas em duas reuniões em que os grupos académicos estiveram presentes”.

O presidente da SF/AAC, João Sousa, referiu que este ano é “a primeira vez que o sarau ocorre antes do início oficial da Festa das Latas”, o que significa que não se enquadra na interrupção letiva. O administrador da DG/AAC diz que foi aproveitado o regresso da Festa das Latas para “criar este carácter inovador do sarau académico” e que a comissão organizadora “decidiu dar um dia exclusivo ao sarau”.

Já a presidente do OAC, Teresa Aguiar, revelou que a calendarização do evento foi o motivo pelo qual tomaram a decisão de se ausentarem do sarau. Em relação à data, declarou: “somos um coro académico, constituído por estudantes, e não podia exigir aos coralistas que faltassem às aulas para fazerem parte do sarau”. Na mesma lógica, a presidente da TAUC, Inês Sequeira, refere que o dia escolhido e o horário para a realização da cerimónia foram “um dos principais motivos de descontentamento” da sua parte.

Também o local escolhido para a atuação – os jardins da AAC – foi outro motivo que deixou a SF/AAC, bem como os organismos autónomos, descontentes. Como explicou a presidente da direção do CMUC, Beatriz Patrício, “as condições do espaço não são as ideais porque é um espaço de passagem e de festa”. Além disso, acrescentou que, por se tratar de um espaço de convívio “há sempre barulho” e que “quem está a ver não tem uma cadeira para se sentar”. No entender de Rodrigo Marques, os jardins da AAC eram “o melhor sítio para realizar o sarau, de forma a trazer esta vertente cultural para a casa”.

Para o presidente da SF/AAC, a escolha do lugar “desvirtua a importância do evento”. Na mesma linha, relembra que há uns anos o sarau chegou a ocupar o Teatro Académico Gil Vicente e apela: “por que não voltar a ser lá, por exemplo?”. Teresa Aguiar repudia também o facto de, tendo em conta o local assegurado, terem de cantar “ao ar livre”. Beatriz Patrício invoca a necessidade de se valorizar a cultura da academia e acrescenta: “nós queremos partilhar aquilo que nós somos com os estudantes da Universidade de Coimbra e ficamos tristes por não termos as condições para o podermos fazer”.

Teresa Aguiar expressa ainda que “as direções gerais mudam, mas os problemas mantêm-se”. Além disso, anseia que “já no próximo sarau, a situação seja diferente”. Tendo em conta a realização do sarau no passado dia 3 de outubro, Rodrigo Marques diz ter parecido à comissão organizadora que foi “realizado”. O presidente da SF/AAC tem esperança de que haja alterações para o futuro, no entanto, lança a ideia de passar a tutela da organização do sarau para os organismos autónimos, para a SF/AAC e para as secções culturais.

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