Cabeças de cartaz não são novidade em festas académicas de Coimbra. Pulseiras ‘cashless’ continuam a causar incómodo ao público. Por Raquel Lucas, Luísa Macedo Mendonça e Fábio Torres
Falam mal dele porque “tem ‘sauce’”, mas foi SippinPurpp o destaque da primeira noite da Festa das Latas e Imposição de Insígnias 2022 (FL’22). Atrás não ficaram os Wet Bed Gang, que vieram “’better better better’” para deixar todos “malucos, malucos, malucos”. A pulseira ‘cashless’ voltou a ser tema de discussão no recinto, que contou com menos adesão do que o esperado.
O concerto do SippinPurpp começou 15 minutos após a hora anunciada. O público presente ficou aquém do expectado, ainda que, para o artista, tenha sido “espetacular”, uma vez que considera que “quando as pessoas acompanham a música é que se sente a verdadeira estima”. Já para o público, o concerto “podia estar mais animado”, de acordo com Leandro Pereira, estudante de engenharia eletrotécnica na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).
Por sua vez, Beatriz Costa, aluna de história na Faculdade de Letras da UC, descreveu a atuação como “fraca”, “sem animação” e com “poucas pessoas”. “Se houvesse mais presentes, talvez fosse uma experiência mais entusiasmante”, concluiu a estudante da FLUC.
O artista, natural de Ovar, começou a atuação sem efeitos pirotécnicos até à quarta música e aquela que o meteu na esfera pública: ‘Sauce’. ‘1000 jogos’, ‘Extravagante’, assim como ‘Fato treino do City’ foram alguns dos temas apresentados. Em conferência de imprensa, o músico mencionou que este “não foi um concerto como os outros”, embora “a preparação e a ‘setlist’ se tenham mantido iguais”, dado que “a dimensão [da festa] é diferente”.

Cinco minutos após as duas da manhã, os Wet Bed Gang subiram a palco. Desde a primeira batida que o grupo cativou e agarrou a plateia, que se manteve eufórica até ao fim. Com temas já conhecidos como “Bairro”, “irresponsável” e “300”, os quatro elementos justificaram, mais uma vez, a aposta por parte da equipa coordenadora da FL’22, cinco meses depois de terem estado presentes na Queima das Fitas 2022. No fim, os presentes tiveram ainda direito a ouvir a sua música mais popular: “Devia Ir”.
Em conferência de imprensa, Gson, um dos elementos do grupo musical, confessou que o público favorito da banda é o de jovens animados, que tenham vontade de se divertir, “como é o caso dos de Coimbra”. Em relação ao concerto, Kroa afirmou que “não é possível fazer o mesmo que se faz em estúdio e, por isso, o objetivo acaba por ser transmitir a sensação o melhor possível”. Com isso em conta, o grupo considerou o concerto um sucesso.
O quarteto fez ainda referência a Bonga e Amy Winehouse enquanto inspirações para as músicas e carreira. Nenny também foi um dos nomes mencionados, como artista que “merece mais notoriedade”.
Por entre os membros do público, um assunto recorrente foi a quantidade de burocracias envolvidas no processo de aquisição e uso das pulseiras ‘cashless’. O fenómeno, adotado pela primeira vez na Queima das Fitas de 2021, continua a ser visto como um incómodo e, por isso, bastante criticado. O custo da sua ativação (dois euros), a que acresce a compra de um copo reutilizável, foram dados como as principais razões de descontentamento.
O vice-presidente para a cultura da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra, Daniel Aragão, fez um balanço “muito positivo” da primeira noite da FL’22 ao referir que “começou de uma forma serena”. Segundo o mesmo, a animação vivida “lançou em bom ritmo a festa para os próximos quatro dias”.
A próxima noite vai contar com a participação de Dj Chris no Beat e Mandragora, como cabeças de cartaz, e a Imperial TAFFUC, a Desconcertuna e a Tuna Feminina da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra em representação da casa. Fabior e TRAPPINHELL vão estar encarregues de animar o público da tenda.
