Cultura

Latas dão último tilintar do ano

Simão Moura

Miguel Bravo e Quim Barreiros encerram último dia de Festa das Latas 2022. Comissão Organizadora faz balanço positivo de atividades. Por Daniel Oliveira 

Os concertos de Miguel Bravo e Quim Barreiros encerraram a Festa das Latas 2022 (FL’22), a primeira que se realizou após dois anos de pandemia. Após o cortejo da latada, que teve lugar no dia 10 de setembro, os estudantes passaram uma última noite no Parque da Canção, ao som de dois artistas bem conhecidos do público.

Simão Moura

O primeiro dos cabeça de cartaz a subir ao palco principal foi Miguel Bravo, às 00h55. O artista mostrou-se satisfeito por voltar a Coimbra, onde, segundo o mesmo, o público o acolhe bem e o ambiente é diferente. Miguel Bravo explicou que nas festas em aldeias o repertório é diferente e não há a “loucura” das festas académicas.

Um dos aspetos em que o músico mais investe é na interação com o público. Rui Ferreira, estudante de fisioterapia no Instituto Politécnico de Coimbra, este foi um dos melhores concertos da FL’22 por “passar boa música” e “puxar” pelas pessoas.

Por outro lado, Gonçalo, estudante de engenharia mecânica na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e Eva, estudante de engenharia biomédica na FCTUC, estranharam o facto de Miguel Bravo trocar de músicas quando elas vão a meio. Segundo o artista, esta é uma forma de “gerir” o público ao perceber a sua reação.

Simão Moura

Seguiu-se o concerto de Quim Barreiros, que teve uma grande adesão por parte do público. O músico, que tocou clássicos como “Cabritinha”, “Mestre da Culinária”, “Os Bichos da Fazenda” e outros, fechou então as atuações principais da FL’22, com a multidão a cantar as suas músicas.

Em conferência de imprensa, o presidente da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra, João Caseiro, fez um balanço positivo da FL’22. Segundo o dirigente, as atividades decorreram “dentro da normalidade”, para o qual “o tempo ajudou”, foram registados os “melhores números de afluência” e “o investimento em artistas internacionais foi bem sucedido”.

Quanto à adesão ao recinto, o coordenador-geral da FL’22, Rodrigo Marques, confirmou que o sábado (dia 9) teve a maior afluência, com quase 15 mil pessoas a marcar presença. De factos, vários estudantes, em conversa com A Cabra, afirmaram que esse foi o seu dia favorito, devido ao ambiente e aos concertos de Ivandro e David Carreira.

Também foi abordado na conferência de imprensa o aumento do valor dos bilhetes em relação à última edição da Festa das Latas. Rodrigo Marques justificou o sucedido com o aumento do custo de vida, que forçou a organização da FL’22 a fazer ajustes, de modo a haver sustentabilidade financeira. A gestão de custos levou de igual modo a que não fosse colocada relva sintética junto ao palco principal, explicou o coordenador-geral.

Outra das questões levantadas na sessão foi a atuação de grupos académicos às 23h45, o que, de acordo com os mesmos, os prejudicou em termos de adesão do público. Rodrigo Marques acredita que, apesar de este ser um “problema que aconteceu não só na FL’22, mas também em edições anteriores”, não prejudica de forma direta os grupos que subiram ao palco nesse horário. Referiu também que é objetivo da comissão organizadora “trazer mais cedo a comunidade ao recinto”.

Foi de igual modo referido o volume da música na tenda em relação ao volume do palco principal quando as tunas estavam a atuar. O coordenador-geral da FL’22 afirmou que, assim que se identificou o problema, o som da tenda foi abaixado. Rodrigo Marques deixou também um apelo às próximas organizações acerca do volume da música na tenda.

A balada da despedida tocou pela última vez no recinto da Latada, por volta das 6 horas. Com isto, chegaram ao fim as festividades académicas no Parque da Canção, que vão voltar para a Queima das Fitas 2023, a ser realizada em maio do próximo ano.

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