Cultura

Desagrado entre as tunas no terceiro dia da Latada

Sofia Ramos

Membros de tunas denotam falta de visibilidade dos grupos académicos e de cuidado por parte da organização. Música da tenda abafa grupos académicos. Por Larissa Britto, Ana Filipa Paz e Sofia Ramos 

No terceiro dia da Festa das Latas e Imposição das Insígnias de 2022 (FLII) o palco principal contou com a presença da FAN-Farra Académica de Coimbra, d’As FANS – Tuna Feminina da Universidade de Coimbra e do Coral Quecofónico do Cifrão. O público dispersou nos momentos de atuação dos grupos académicos, mas a energia manteve-se e os que ficaram demonstraram apoio a cantar e aplaudir os estudantes. Artistas apresentaram críticas à organização e ressentem falta de apoio. 

A FAN-Farra Académica abriu o palco com alegria e sorrisos no rosto. O público, apesar de no princípio reduzido, manteve-se energético e a vibrar com todas as músicas. Beatriz Areia, membro d’As FANS, afirma que sabe “as músicas de cor” e que “é sempre incrível ver a Fanfarra”. Maria Estrela concordou com a colega, ao afirmar que “foi muito animador e é sempre divertido ver a Fanfarra”. O grupo anunciou também que estão a trabalhar no quarto álbum de originais intitulado “Viagens”, a ser publicado no início do próximo ano.

Em entrevista, Manuel Coelho e César Machado, membros da FAN-Farra Académica, criticaram a falta de “cuidado” por parte da organização, no que diz respeito à comunicação e seleção dos horários. “É sempre difícil tocar às 11h40 porque há poucas pessoas presentes”, comenta Manuel Coelho, ainda que o público tenha sido “maior do que esperado”. Partilham que não foram informados sobre os horários com antecedência o suficiente para poderem facilitar “a logística de movimentar 40 pessoas”, em particular no que diz respeito aos transportes. O tuno acredita que é necessário que sejam tratados “como artistas e não como grupos académicos”.

As FANS é o segundo grupo académico a atuar e traz consigo entusiasmo e boa disposição. Durante a atuação, as artistas criticaram a disposição dos palcos, pelo facto da música da tenda se sobrepôr ao som da tuna. Os membros do público pareceram não notar, Yonathan Andrade é fã do grupo e conta que “conhece o clima em cima do palco e é muito divertido”. Filipa Inês e Leonor Jacob, alunas da UC, já estão no último ano do curso e nunca tinham visto a tuna atuar. No entanto, desfrutaram do “ambiente descontraído” e notaram que “as pessoas do público estão investidas”. 

Já depois das 4h, as atuações terminam com o Coral Quecofónico do Cifrão, que não deixa o público adormecer com a sua energia vibrante. A festa prolonga-se até de madrugada e o ritmo ouve-se soar no resto do recinto. O terceiro dia termina com os estudantes em euforia, prontos para mais dois dias de celebrações académicas.

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