Cultura

365 dias até à Latada

Simão Moura

Noite começa com pouca adesão. Estudantes entusiasmados com próxima edição apesar de críticas. Por Simão Moura

Com um breve discurso de Pedro Andrade, membro da Orquestra Típica e Rancho, as cordas do grupo começaram a ouvir-se no Parque da Canção. A última noite da latada começou quase meia hora atrasada, com chuva e pouca adesão. Só uma hora depois é que o recinto começou a encher, e pelas duas da manhã já se contavam centenas de pessoas à beira do palco principal.


Apesar da falta de pessoas no recinto, o entusiasmo fez-se sentir. Pedro Andrade aproveitou as pausas entre as músicas para falar à audiência. Numa destas intervenções, lamentou que o público se começava a dirigir para a tenda. Em resposta as palavras “está a chover” ecoaram da plateia. Este episódio marcou o ritmo do concerto, com o mau tempo que se sentiu durante grande parte da noite e uma audiência entusiasmada, ainda que reduzida. No fim, o membro do grupo convidou os estudantes a participar nos ensaios da Orquestra Típica e Rancho nas segundas e quartas, às 19:30 na sala Tó Nogueira.


Daniel Simões, estudante de segundo ano de engenharia biomédica, ficou satisfeito com os concertos. Quando questionado sobre a organização, no entanto, indica o sistema das pulseiras cashless como um incómodo, mas não deixa que isso estrague o festival. “Aquilo não dá muito jeito, mas pronto, é o que temos”, refere. Em suma, o estudante faz um balanço positivo da Festa das Latas 2022 e espera uma próxima edição com nomes novos.

Daniel Oliveira


Depois de Quim Barreiros, foi a vez da Quantuna. O grupo subiu ao palco pelas 3:30 e deixou a sua marca em todos os que os ouviram. Apesar de o Pátio começar a esvaziar, Adão, que estuda engenharia biomédica no Porto, frisa que gostou da Latada, ainda que ache que “no Porto é melhor, mas é desenvolvida mais ao estilo de praxe”. Por sua vez, Joana, estudante de primeiro ano no curso de Geologia, também ficou contente com o festival, que diz estar à altura das histórias que ouviu. “Toda a gente dizia que a Latada era tudo isto e Coimbra era tudo aquilo e estou a viver isso tudo”, comenta.


Como não podia deixar de ser, cumpriu-se a tradição, e a Orxestra Pitagórica subiu ao palco principal para fechar mais uma Festa das Latas. Durante a conferência de imprensa, o grupo musical mostrou-se confiante com a “empreitada” desta noite. Munidos de capacetes de construção civil, a Pitagórica prometeu construir um espetáculo sólido. Com efeito, o concerto não deixou a multidão indiferente. No que toca à organização, os estudantes frisam o seu agrado por esta lhes ter dado a oportunidade de “carregar os instrumentos até ao Parque da Canção a pé”. Por último, a Orxestra Pitagórica deixa um convite a todos para que venham provar a cerveja “Menstra”, em honra de um dos seus membros, nas terças e quintas às 21:30.


Assim acaba a Festa das Latas 2022, a primeira em moldes normais desde o início da pandemia. Apesar das críticas, sobretudo ao cartaz deste ano e ao sistema das pulseiras cashless, já implementado na última Queima-das-Fitas, os estudantes mostram-se contentes com o festival e estão entusiasmados com a próxima edição.

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