Desporto

Alteração para SAD marca debate entre candidatos à presidência da AAC/OAF

D.R.

Candidatos convergiram na importância da criação de uma SAD. Futuro do clube na Liga 3 também foi tema de discussão. Por Francisco Barata

Com a inédita descida à Liga 3 por parte da equipa sénior, o processo eleitoral em curso na Associação Académica de Coimbra – Organismo Autónomo de Futebol (AAC/OAF) mostra-se como um momento definidor no futuro do clube. Miguel Ribeiro, com o projeto Lista C – Académica com Futuro, e Pedro Roxo, o presidente em funções, com a candidatura Lista D – Académica com Vida, debateram na noite desta quinta-feira na Casa da Cultura de Coimbra os projetos para os próximos três anos da AAC/OAF.

A grande discussão do debate promovido pela Rádio Universidade de Coimbra foi o modelo societário da AAC/OAF. Desde logo, ambos os candidatos se mostraram adeptos da criação de uma Sociedade Anónima Desportiva (SAD), caso os sócios votassem favoravelmente essa proposta. No entanto, mostraram ter visões diferentes no caso de os sócios chumbarem a proposta da criação de uma SAD.

Para Miguel Ribeiro, os investidores da SAD devem ser sobretudo “os sócios”. O jurista manifestou a vontade de promover um ‘roadshow’ para captar investimentos na região de Coimbra, além de divergir do seu opositor defendendo vários investidores em simultâneo, ao contrário da proposta de Pedro Roxo. O jurista mostrou-se defensor da mudança de Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas (SDUQ) para SAD, mas advogou que mesmo que a AAC/OAF permaneça uma SDUQ, é possível ter estabilidade financeira.

Por seu lado, Pedro Roxo traz para estas eleições o “parceiro” da SAD que vem sendo apresentado desde o jogo que consumou a descida de divisão em abril. Além de mencionar que o projeto do seu adversário não passa de um “conjunto de intenções”, salienta que a sua proposta de SAD já tem um parceiro definido – a Athlon Family Office – e apresentado publicamente aos sócios. O atual presidente realçou a importância que a SAD teria para a AAC/OAF e que a não aprovação por parte dos sócios dessa mudança de modelo societário levaria a que se tivesse de pensar “o que se quer para a Académica”.

No plano desportivo, o grande foco do debate foi como enfrentar a realidade da Liga 3 e a aposta na formação. Miguel Ribeiro disse pretender que a Académica seja um clube que capte os “melhores da região” durante as idades mais novas. O jurista aposta na “valorização dos jogadores” enquanto estiverem na Académica e relevou que conta com José Chieira, antigo observador de Sporting, Porto e mesmo da Académica, para o ‘scouting’ do clube.

Apesar da descida de divisão ter ocorrido durante o seu mandato, Pedro Roxo declarou que “agora vai ter condições para ter estabilidade financeira” e relançar o clube. O atual presidente aproveitou também para realçar os feitos dos estudantes nos escalões de formação e que o resultado desse mesmo trabalho foi visível esta época no escalão sénior, apesar da descida de divisão.

Em conclusão, Miguel Ribeiro assegurou que não vai “justificar insucessos com erros do passado” enquanto for presidente e mostra-se com vontade de “reerguer o clube com independência”. Em oposição, Pedro Roxo reforçou que já tem um “projeto definido” para a Briosa, ao contrário do seu adversário, “pronto a implementar”. Por outro lado, ambos mostraram abertura para estar “do mesmo lado” após o dia 4 de junho. É nesse dia que se vão realizar as eleições para os órgãos sociais da AAC/OAF, com os dois candidatos a lutarem pela liderança do clube nos próximos três anos.

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