Desporto

Equipa de basquetebol da casa destronada da primeira liga

Fotografia cedida por João Frazão

Falta de espaços e de financiamento motivaram descida de divisão. Regresso à primeira liga não está nas prioridades da nova direção. Por Alexandra Guimarães e Eduardo Neves

A equipa principal masculina da Secção de Basquetebol da Associação Académica de Coimbra (SB/AAC) desceu de divisão no passado dia 28 de abril. Após dois anos consecutivos na primeira liga, a liga BetClic, a equipa está agora na segunda, depois de ter sido a última classificada.

O presidente da SB/AAC, João Frazão, reconhece que “as outras equipas foram melhores” e que esta época “decorreu com muitos incidentes”. Um deles foi, na sua opinião, a impossibilidade de utilização do Pavilhão Mário Mexia, desde março do ano passado. Esta situação deveu-se à instalação de um centro de vacinação, à qual se seguiram obras no espaço. De acordo com o presidente, este local “tem melhores condições para treinos e jogos, o que poderia ter feito toda a diferença”. A equipa viu-se forçada a treinar em horários menos favoráveis, no Pavilhão Jorge Anjinho, já que Coimbra “não tem instalações suficientes para todos os clubes”, explica.

O dirigente assegura que outro grande entrave foi o financiamento, que nos clubes adversários foi “bastante superior”. O apoio financeiro da equipa da casa revelou-se “insuficiente”, afirma o presidente, e não permitiu acompanhar o reforço dos plantéis que as outras equipas estavam a realizar.

João Frazão enumera outros fatores que contribuíram para o resultado negativo, entre os quais lesões de atletas ou uma alteração do formato da prova, que reduziu o número de jogos. Acrescenta ainda as incertezas quanto às viagens de atletas estrangeiros, devido às restrições impostas pela pandemia. Todos estes entraves tornaram a tarefa da manutenção “quase impossível”. No entanto, João Frazão considera que a equipa teve uma participação “digna”.

Este insucesso não é, segundo o dirigente da SB/AAC, exclusivo do basquetebol, mas sim “algo transversal a toda a Académica”. João Frazão realça a necessidade de “maior colaboração por parte da sociedade, das entidades, dos empresários e da própria AAC ao nível da aposta nas secções desportivas”. Sublinha ainda como objetivos a importância de promover formação e de atrair sócios para a SB/AAC.

Quanto aos membros das equipas, o presidente afirma que é “impraticável” reunir uma equipa de estudantes que consiga competir nas primeiras ligas portuguesas. Os académicos têm oportunidade de jogar e competir na segunda equipa, a equipa masculina B, que se mantém em campeonatos mais baixos. No seu entender, isto poderia acontecer se houvesse apoios a estudantes atletas de alta competição na Universidade de Coimbra, bem como mecanismos de captação.

O mandato de João Frazão como presidente está a aproximar-se do fim, uma vez que já atingiu o limite de mandatos permitidos pelos estatutos. A direção que venceu as eleições deverá tomar posse em maio e, pelo que o atual presidente apurou, “fazer a equipa regressar à primeira liga não está nas prioridades do programa eleitoral”. O objetivo principal desta lista vencedora recai antes na subida de divisão da equipa feminina, conta o dirigente ainda em funções. Em jeito de balanço dos seus mandatos, João Frazão conclui que “o objetivo principal foi dignificar o nome da AAC e conseguir resultados que fizessem jus à história dos 95 anos da secção”. Como adepto, deixa um apelo para que um dos objetivos da SB/AAC seja o retomar da equipa principal à primeira liga. 

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